O período de provas se aproxima, marcando o final do bimestre. O paradoxo entre meus sentimentos é evidente. O sentimento de alívio e felicidade pelo fim de um semestre de atividade vem direatemente de encontro à apreensão que me define nesses três dias de avaliação. Porém, é em períodos de transição como este que estou vivendo que a parada para reflexão fica mais nitidamente compreendida. Ponderar os aspectos que se somaram ao lado do SUCESSO e reavaliar o que não saiu da melhor maneira (leia-se fracassos).
O ano começou como todos, pois já não havia muito a que se acostumar. O tempo de adaptação já havia, e pudera, ser superado. O que restava era reconhecer os novatos que me iam cercar. Testar novos laços e considerar novas atitudes. Um primeiro ano inteiro se formou. Novas peças para meu quebra cabeça, em que eu tentei escolher as mais prováveis para completar o desenho perfeito da minha identidade. Dentro dessas, muitas se destacaram, outras se DESCARTARAM, outras se anularam. Continuei, portanto, a formar minha personalidade embasado em ideais imutáveis de meu caráter. Não há o que se mudar nisso tudo, são processos naturais da origem humana; CONHECER + AVALIAR = CONSIDERAR ou DESCONSIDERAR.
Vale ressaltar que, embora sejam processos naturais aos seres humanos, o semestre que se passou ficou marcado por acontecimentos que me permitiram uma visão privilegiada da cidade na qual resido hoje. Fatores que ainda não haviam se sobressaído a meus olhos ficaram nítidos, me permitindo um olhar mais atencioso às pessoas que tão próximas estavam, e tão distantes ficavam. Em suma, a cidade que eu, decididamente, não gostava, foi gradualmente se transformando em um dos redutos ( nunca abandonando a INABALÁVEL Cruz Alta) de minhas afinidades mais notórias. Aqui, encontrei pessoas das quais me orgulho de poder chamar de amigos. Dos posões nas casas dos colegas, inexistentes no ano que passou, das reuniões regadas a MUITA pizza, das juñções que me deram algumas dores de cabeça( é claro que você me entende!), das pessoas que depois de um 'bom dia' de manhã, de um convite na mesma hora, e de uma festa à noite, passaram a fazer parte do hall de minhas relações. Encontrei a melhor coisa que me poderia acontecer, confiança, amizade, sentimentos contraditórios, tudo misturado com muito riso, salpicado com amor, e agora com uma parte bem definida do meu jeito.
À partir de tudo isso ganhei autoconfiança, me senti completo. Tenho um blog e um número notável de leitores. E de mais de duas cidades, o que é consideravelemente animador. Desenvolvi meus gostos, habilidades e encontrei pessoas que de uma maneira ou de outra gostam do que eu faço. Vi-me alavancado por olhares atenciosos e exigentes.
Porém, nem tudo são flores, descobri que não sei identificar um tópico frasal, não sei valer-me de elementos de coesão e o que é pior, realizo minha conclusão em torno do que não era a tese (lógico, eu nem sei reconhecer uma). Pode parecer surpreendente, mas não é. Minha opinião não tem valor, quando o que se cobra em concursos são elementos técnicos, resta a mim, adaptar-me a eles. Estou tangenciando o tema, então voltemos à proposta inicial. Estou neste momento tentando retomar meus erros, porém, creio que não sejam assuntos que merecem demasiada ênfase. Escolhas erradas devem ser repensadas, e isso já foi feito nos recônditos da minha psique. O que me resta é tentar não repetir os mesmo erros.
Por fim, caríssimos, gostaria de agradecer a atenção de vocês por esse período de meu ingresso ao submundo virtual dos blogueiros. Agradeço a aceitação. Todavia, se este não foi o texto sublimado de despedidade do semestre, perdão. Foi o que minha inspiração permitiu nesse exato momento. Agora, se me der licença, tenho que cuidar de minha paradoxal tranquilidade a 6000 volts.
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terça-feira, 13 de julho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Duas vidas
Confesso que entrei em tamanha carência familiar, que preciso valer-me deste meio para reafirmar minhas escolhas. Estou com a garganta em 'carne viva', a febre se adonou de minha vivacidade por alguns dias, e a vontade de estar junto de meus pais, no colo de meus protetores, quase me fez ceder. Entretanto, é preciso resgatar a racionalidade para destruir essa bactéria sentimental que insiste em não me abandonar.
Sempre fui e continuo sendo muito autossuficiente e cheio de minhas certezas. Foi assim quando decidi transferir quase que a totalidade de minha vida para Santa Maria. Se você não entende o porquê, respondo. A fama de que a cidade e, também, a escola pela qual optei têm hegemonia sob as demais é bem sabida por todos. Decidi, portanto, conciliar meus dons particulares com as melhores ferramentas com que poderia me aperfeiçoar.
Não é, absolutamente, desdém para com as bases que me formaram. Aliás, quanto mais o tempo passa, mais tenho coerência em dizer que Cruz Alta e Santíssima Trindade foram os meios mais certeiros dos quais eu poderia ter utilizado nos primeiros anos de minha existência. A cidade é, ainda para mim, melhor que Santa Maria. E estou ciente de que esta afirmação gerará maioria de discordância, mas também peço espaço, para que tudo seja devidamente explicado.
Formei laços em Cruz Alta, tão fortes e importantes para mim, que nunca serei capaz de abandoná-los. Sempre estarão em todos os meus pensamentos e em minhas aspirações. A significância que esse berço adquiriu é, portanto, intransponível. Estou dando tempo, e espaço, para que Santa Maria, e as pessoas que me cercam nela, possam, também, ocupar um lugar de relevância nas minhas afinidades ( o que, finalmente, começa a entrar em estado progressivo).
Acostumei-me. Satisfiz-me. Digo sempre que gostaria de ter Cruz Alta com um núcleo santamariense. Impossível, obviamente. Sigo conciliando duas vidas, dois amores, duas razões. Estou certo de que fiz a opção correta. E tudo bem que já se passou quase um ano e meio desde minha saída de casa, mas a carência de um garoto febril, será a mesma, até que eu tenha 120 anos.
Sempre fui e continuo sendo muito autossuficiente e cheio de minhas certezas. Foi assim quando decidi transferir quase que a totalidade de minha vida para Santa Maria. Se você não entende o porquê, respondo. A fama de que a cidade e, também, a escola pela qual optei têm hegemonia sob as demais é bem sabida por todos. Decidi, portanto, conciliar meus dons particulares com as melhores ferramentas com que poderia me aperfeiçoar.
Não é, absolutamente, desdém para com as bases que me formaram. Aliás, quanto mais o tempo passa, mais tenho coerência em dizer que Cruz Alta e Santíssima Trindade foram os meios mais certeiros dos quais eu poderia ter utilizado nos primeiros anos de minha existência. A cidade é, ainda para mim, melhor que Santa Maria. E estou ciente de que esta afirmação gerará maioria de discordância, mas também peço espaço, para que tudo seja devidamente explicado.
Formei laços em Cruz Alta, tão fortes e importantes para mim, que nunca serei capaz de abandoná-los. Sempre estarão em todos os meus pensamentos e em minhas aspirações. A significância que esse berço adquiriu é, portanto, intransponível. Estou dando tempo, e espaço, para que Santa Maria, e as pessoas que me cercam nela, possam, também, ocupar um lugar de relevância nas minhas afinidades ( o que, finalmente, começa a entrar em estado progressivo).
Acostumei-me. Satisfiz-me. Digo sempre que gostaria de ter Cruz Alta com um núcleo santamariense. Impossível, obviamente. Sigo conciliando duas vidas, dois amores, duas razões. Estou certo de que fiz a opção correta. E tudo bem que já se passou quase um ano e meio desde minha saída de casa, mas a carência de um garoto febril, será a mesma, até que eu tenha 120 anos.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Resposta !
A chuva cai lá fora. Em cada canto da casa tem uma pessoa num computador, conectadas, jogando, falando bobagem, e dando risada depois de ter devorado uma pizza inteira. Esse foi o destino da minha sexta-feira, véspera de uma prova de física, que já de antemão, sabemos que terá vinte e duas questões de cálculo. Estudei muito pouco e decidi, portanto, trocar a rotina de tradicionais nêuras e preocupações, por boas risadas numa reunião com meus amigos na casa de um deles. Estou curtindo, e nesse exato momento em que os outros três jogam CS, eu relato-vos a experiência. Foi realmente bom, injetar uma boa dose de bom humor, e ejetar pra bem longe essa tensão que me abate normalmente nesses dias.
Confesso-vos, agora, que o relato acima serviu de pretexto para responder à algumas críticas a este blog. A principal reprimenda que sofri por parte de uma fração, pequena, porém não desprezível de meus leitores, foi com relação ao meu vocabulário extremamente rebuscado, confuso, e "perfeccionista". Segundo eles, a forma de minha escrita mascara meus pensamentos verdadeiros, dissipando,em meio a um labirinto de formalidades, minhas visões e concepções.
Declaro que realmente fiquei mexido com estas críticas, me abstive de escrever por um tempo, com demasiado temor de volver minhas ferramentas arcaicas e mergulhar meus textos na escuridão da incompreensão semântica. Entretanto, caríssimos, voltemos ao texto inaugural desse blog "O início do meu jeito". Nele, declarei que seria, não mais um comum e banal blog, mas sim um meio de extravasar minhas radicalidades e de externar uma parte ainda não conhecida do meu ser. Mudar minha escrita seria ceder às críticas e aderir a um estilo que não é meu. Não seria mais um meio de acalmar-me, mas sim de gerar mais temores internos. Declaro que escrevo assim, encontro nestes meios de expressividade minha identidade.
Consigo, como ficou claro no primeiro parágrafo, me manifestar com total casualidade; mas NÃO É ESSE O MEU INTUITO. Se você curtiu, encontrou prazer nas minhas palavras, e não as caracterizou como empecilho às ideias, ter-las-á como antes, tão assíduas quanto minha inspiração. E você, que não as viu assim, dê-me uma nova chance, ou seu descontento com minhas palavras, é senão, com o próprio Eduardo Librelotto Fernandes, pois o blog é, acima de tudo, DO MEU JEITO!
Confesso-vos, agora, que o relato acima serviu de pretexto para responder à algumas críticas a este blog. A principal reprimenda que sofri por parte de uma fração, pequena, porém não desprezível de meus leitores, foi com relação ao meu vocabulário extremamente rebuscado, confuso, e "perfeccionista". Segundo eles, a forma de minha escrita mascara meus pensamentos verdadeiros, dissipando,em meio a um labirinto de formalidades, minhas visões e concepções.
Declaro que realmente fiquei mexido com estas críticas, me abstive de escrever por um tempo, com demasiado temor de volver minhas ferramentas arcaicas e mergulhar meus textos na escuridão da incompreensão semântica. Entretanto, caríssimos, voltemos ao texto inaugural desse blog "O início do meu jeito". Nele, declarei que seria, não mais um comum e banal blog, mas sim um meio de extravasar minhas radicalidades e de externar uma parte ainda não conhecida do meu ser. Mudar minha escrita seria ceder às críticas e aderir a um estilo que não é meu. Não seria mais um meio de acalmar-me, mas sim de gerar mais temores internos. Declaro que escrevo assim, encontro nestes meios de expressividade minha identidade.
Consigo, como ficou claro no primeiro parágrafo, me manifestar com total casualidade; mas NÃO É ESSE O MEU INTUITO. Se você curtiu, encontrou prazer nas minhas palavras, e não as caracterizou como empecilho às ideias, ter-las-á como antes, tão assíduas quanto minha inspiração. E você, que não as viu assim, dê-me uma nova chance, ou seu descontento com minhas palavras, é senão, com o próprio Eduardo Librelotto Fernandes, pois o blog é, acima de tudo, DO MEU JEITO!
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Um jeito brasileiro
"... E talvez esteja aí um defeito do brasileiro: ser tão amável" Não importando o contexto da aula que lecionava, foi o que meu professor de Filosofia disse-nos na aula de hoje. Confesso que me espantei com a incomensurável série de questionamentos que entraram em erupção em minha psique. Concordaria eu com o argumento do referido professor? Dentre vários 'poréns' digo que não.
Talvez minha conclusão não seja absoluta, afinal é, ao menos para mim, um assunto muito relativo. Gosto absolutamente quando sou recebido em um ambiente estranho, e sinto-me cortejado, cercado, agraciado. Perco a timidez, já que essa é a forma mais clara de externar um mal-estar interno. Aconteceu no último fim de semana, nas chamadas junções, típicas da minha idade. Não conhecia nem um terço das pessoas presentes. Nem sequer a anfitriã. Fui convidado a comparecer à festa imediatamente após um "Oi, muito prazer", na manhã de sábado. E fui recebido como se fizesse parte intimamente daquele círculo de amizade. Senti-me muito bem. O resultado é que devido à polêmica amabilidade dos brasileiro e das pessoas que estavam lá, meu orkut estava completamente cheio de 'novos amigos' no dia seguinte. Talvez isso não queira dizer nada para você, adicionar pessoas no orkut é tão banal hoje em dia. Mas quando adiciona-se alguém, pede-se o msn, conversa-se online, surge uma possibilidade real de se expandir uma relação iniciada, de certa forma, em um dia.
De encontro a isso, porém(sim, mais um para minha lista de contra-argumentações), advém uma questão química, ou física, ou deslocada de qualquer área de conhecimento até hoje já dominada. A questão do contato, do imediato. Da caracterização, após uma simples troca de palavras, como: GOSTEI ou NÃO GOSTEI. Surge um problema, quando não há uma concomitância nas opiniões formadas entre você e outrem. Ocorrem os chamados "chicletes" indesejados, que insistem em forçar uma amizade que nem sequer começou do seu lado. Culpa de quem gostou, ou culpa de quem não gostou? Culpa da amabilidade?
Não sei se toda a nação compartilha da mesmo virtude pela qual prezo, fundamentalmente. A sensatez é o que dita todos os meus atos, principalmente se falando de relacionamentos. Se não gosto de alguém, procuro dar tempo ao tempo, deixar que me "conquiste", se o tempo não foi suficiente, não há volta. Sou amável, sou simpático, apenas aguardo a sensatez dizer-me se o terreno com o qual estou lidando é fértil para tais características. Dessa forma não há culpa, nem culpados.
Não considero, realmente, a amabilidade brasileira como defeito, contanto que guarnecida da sensatez constante. Dessa forma, com certeza absoluta, as relações tornar-se-iam sólidas rapidamente. Combinação originalíssima do nosso país, já que outros constam de sensatez e carecem de amabilidade. Agora, se o Brasil é autossuficiente em sensatez, é questão pra outra ocasião.
Talvez minha conclusão não seja absoluta, afinal é, ao menos para mim, um assunto muito relativo. Gosto absolutamente quando sou recebido em um ambiente estranho, e sinto-me cortejado, cercado, agraciado. Perco a timidez, já que essa é a forma mais clara de externar um mal-estar interno. Aconteceu no último fim de semana, nas chamadas junções, típicas da minha idade. Não conhecia nem um terço das pessoas presentes. Nem sequer a anfitriã. Fui convidado a comparecer à festa imediatamente após um "Oi, muito prazer", na manhã de sábado. E fui recebido como se fizesse parte intimamente daquele círculo de amizade. Senti-me muito bem. O resultado é que devido à polêmica amabilidade dos brasileiro e das pessoas que estavam lá, meu orkut estava completamente cheio de 'novos amigos' no dia seguinte. Talvez isso não queira dizer nada para você, adicionar pessoas no orkut é tão banal hoje em dia. Mas quando adiciona-se alguém, pede-se o msn, conversa-se online, surge uma possibilidade real de se expandir uma relação iniciada, de certa forma, em um dia.
De encontro a isso, porém(sim, mais um para minha lista de contra-argumentações), advém uma questão química, ou física, ou deslocada de qualquer área de conhecimento até hoje já dominada. A questão do contato, do imediato. Da caracterização, após uma simples troca de palavras, como: GOSTEI ou NÃO GOSTEI. Surge um problema, quando não há uma concomitância nas opiniões formadas entre você e outrem. Ocorrem os chamados "chicletes" indesejados, que insistem em forçar uma amizade que nem sequer começou do seu lado. Culpa de quem gostou, ou culpa de quem não gostou? Culpa da amabilidade?
Não sei se toda a nação compartilha da mesmo virtude pela qual prezo, fundamentalmente. A sensatez é o que dita todos os meus atos, principalmente se falando de relacionamentos. Se não gosto de alguém, procuro dar tempo ao tempo, deixar que me "conquiste", se o tempo não foi suficiente, não há volta. Sou amável, sou simpático, apenas aguardo a sensatez dizer-me se o terreno com o qual estou lidando é fértil para tais características. Dessa forma não há culpa, nem culpados.
Não considero, realmente, a amabilidade brasileira como defeito, contanto que guarnecida da sensatez constante. Dessa forma, com certeza absoluta, as relações tornar-se-iam sólidas rapidamente. Combinação originalíssima do nosso país, já que outros constam de sensatez e carecem de amabilidade. Agora, se o Brasil é autossuficiente em sensatez, é questão pra outra ocasião.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Tão veloz, minha vida voa...
Imerso em meus devaneios soltos, surge em alto relevo um questionamento acerca da maneira como leva-se a vida. Particularmente, meus devaneios, minha vida. Parti do meio externo para, depois, comparar meus atos.
Corri os olhos ao meu entorno como um radar ultrapotente. O que vi foi o mundo rodando rápido demais. As pessoas não caminhavam, corriam. Não se cumprimentavam, cuspiam murmúrios subentendidos. Seus olhos não reparavam em nada, o máximo era o semáforo. Alguns catadores chegavam a ser atropelados, não eram notados, e quando muito, caracterizados por olhos maldizentes como lixo ou entrave humano. Ante ao labirinto urbano de prédios, nenhum tom natural de verde era visto naquela área. Fiquei pasmado. Onde é que estou vivendo?
A resposta veio no meu próprio andar célere, que deflagrava minha pressa em chegar à aula extra vespertina. Minha carga horária era mais cheia que as ruas trancadas pelo tráfego intenso. Meus pensamentos brincavam livres em meu cônscio apenas em períodos como aquele, de deslocamento. Concluí, decepcionado, que sem nem mesmo pedir permissão, a velocidade dessa máquina terrestre tecnológica e voadora havia me levado com ela, e eu, inerte, aceitei sem ressalvas.
Talvez eu não pudesse mais descer. Não posso entrar em um ritmo tão veloz quanto esse e simplesmente desistir dele. Suicídio. A lei da Inércia me espatifaria em trilhões de pedacinhos. Todavia, não vou me conformar. Não condiz com minha personalidade, da qual tanto me orgulho. Se não posso simplesmente parar, reduzirei meu ritmo, gradualmente, até que esse encontre o meu patamar de exigência. Mudar-me-ei primeiro, depois, o MUNDO!
Corri os olhos ao meu entorno como um radar ultrapotente. O que vi foi o mundo rodando rápido demais. As pessoas não caminhavam, corriam. Não se cumprimentavam, cuspiam murmúrios subentendidos. Seus olhos não reparavam em nada, o máximo era o semáforo. Alguns catadores chegavam a ser atropelados, não eram notados, e quando muito, caracterizados por olhos maldizentes como lixo ou entrave humano. Ante ao labirinto urbano de prédios, nenhum tom natural de verde era visto naquela área. Fiquei pasmado. Onde é que estou vivendo?
A resposta veio no meu próprio andar célere, que deflagrava minha pressa em chegar à aula extra vespertina. Minha carga horária era mais cheia que as ruas trancadas pelo tráfego intenso. Meus pensamentos brincavam livres em meu cônscio apenas em períodos como aquele, de deslocamento. Concluí, decepcionado, que sem nem mesmo pedir permissão, a velocidade dessa máquina terrestre tecnológica e voadora havia me levado com ela, e eu, inerte, aceitei sem ressalvas.
Talvez eu não pudesse mais descer. Não posso entrar em um ritmo tão veloz quanto esse e simplesmente desistir dele. Suicídio. A lei da Inércia me espatifaria em trilhões de pedacinhos. Todavia, não vou me conformar. Não condiz com minha personalidade, da qual tanto me orgulho. Se não posso simplesmente parar, reduzirei meu ritmo, gradualmente, até que esse encontre o meu patamar de exigência. Mudar-me-ei primeiro, depois, o MUNDO!
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Afinal, que tipo de altruísmo se quer?
Era uma terça-feira de alguma semana que se passou. Estava eu realmente ansioso para conferir o conteúdo de 'A Liga', novo programa de Rafinha Bastos na Bandeirantes. Seu humor perspicaz e inteligente me convidava à estreia, marcada para as 22h.
Minha sede por risos ia se esvaindo conforme passavam-se das 22h30min e o programa nao começava. Já meio aborrecido, vi a vinheta de abertura recompor-me o entusiasmo que logo no primeiro bloco do programa já fora aturdido novamente. A sagacidade com que o apresentador sobredito usava-se comumente para salpicar protestos às moléstias públicas com doses de humor, no CQC, estava fora do ar.
Insisti em dar confiança ao incipiente programa. O que vi foram denúncias sensacionalistas sobre a mendicância. Atuavam sobre a falta de solidariedade do povo brasileiro e concomitantemente evidenciavam depoimentos contraditórios.
"- Craro, as tia vem dá dinhero pra nóis e nóis pega os cordão delas."
"- Nóis não fica em casa por que o pai bate em nóis, aí a gente vem pra rua pedi dinhero pra compra pedra e fica aqui, é melhor."
Entre dar dinheiro ao pivete e arriscar perder meus tênis, e somando-se a isso ajudá-lo a entrar num caminho sem volta, prefiro manter-me inerte e investir no sonho de que crianças com intuito de ascender futuramente encontram auxílio e apoio na escola, que existe senão para isso.
O programa escolheu uma estreia de impacto. Teve o efeito contrário. E de todas as cenas apelativas escolhidas apenas uma marcou-me.
"- Não culpo "eles" por não me darem dinheiro, mas tenho vergonha por não ser nem olhada na cara, e quando muito, ser olhada com pena." Disse a mulher que foi acompanhada pela equipe do 'A Liga' em um dia de sua vida de mendiga.
E confesso que marcou-me de tal modo que passei a mudar, drasticamente, meu modo de ver os mendigos. Passei a vê-los como seres humanos. Com imagens físicas desfiguradas mas almas inteiras, completas e sedentas de apoio. Não passei a atuar em prol da mudança do mundo. Não teria poderes para isso, e nem saberia usá-los. Todavia, o depoimento daquela mulher, fez-me refletir acerca do que eu fazia em relação a essa pena, esse dó. Entre reflexões interrompidas, comecei a fazer algo que, de algum modo, por menor que fosse, ajudaria a reerguer a moral enterrada desses sobreviventes.
- Opa vizinha, como vai a senhora, tudo bem? - disse entre sorrisos à mendiga que "mora" ao lado da farmácia que atalha meu caminho ao colégio.
- Olá meu jovem, tudo bem, tenha uma ótima manhã. - respondeu a mulher, mostrando, num sorriso atrapalhado, seus dentes mal cuidados.
Se minha "mudança brusca" de atitudes fez mesmo alguma diferença ao dia daquela mulher, não saberei dizer; mas à minha manhã fez. Fiquei realmente satisfeito, mesmo depois do " Tu é louco" que o Marcelo exclamou ao presenciar a cena. Tão satisfeito que ao andar pelas ruas de Cruz Alta, na manhã do meu último domingo, repeti o ato. Dessa vez era um homem, que seria definido pela opinião geral como: assustadoramente mal encarado. Ele fazia com seus dedos um 'paz e amor' esquisito em minha direção. Se os tempos fossem outros, ficaria quieto, recluso no medo de cumprimentar o 'drogadão'; mas ergui a cabeça e exclamei:
- Opa, e aí, como é que está? (transcrito com correções ortográficas)
Não prestei atenção à resposta. Agora refletindo o ato, acho que já estava acostumado a tal feito. E novamente fez-me bem.
Certamente haverá quem diga que minha radical mudança não alterou em nada a quem foi de certa forma afetado por ela. Entretanto, procurei resolver a polêmica interna que se debate em mim da forma mais altruísta que encontrei. Mais do que alimentar com restos e sobras os seres humanos animalizados. Dar a parte mais genuína e renovada de contato vivo, humano, despido de qualquer dó e revestido de um sentimento igualitário de seres humanos que somos.
Minha sede por risos ia se esvaindo conforme passavam-se das 22h30min e o programa nao começava. Já meio aborrecido, vi a vinheta de abertura recompor-me o entusiasmo que logo no primeiro bloco do programa já fora aturdido novamente. A sagacidade com que o apresentador sobredito usava-se comumente para salpicar protestos às moléstias públicas com doses de humor, no CQC, estava fora do ar.
Insisti em dar confiança ao incipiente programa. O que vi foram denúncias sensacionalistas sobre a mendicância. Atuavam sobre a falta de solidariedade do povo brasileiro e concomitantemente evidenciavam depoimentos contraditórios.
"- Craro, as tia vem dá dinhero pra nóis e nóis pega os cordão delas."
"- Nóis não fica em casa por que o pai bate em nóis, aí a gente vem pra rua pedi dinhero pra compra pedra e fica aqui, é melhor."
Entre dar dinheiro ao pivete e arriscar perder meus tênis, e somando-se a isso ajudá-lo a entrar num caminho sem volta, prefiro manter-me inerte e investir no sonho de que crianças com intuito de ascender futuramente encontram auxílio e apoio na escola, que existe senão para isso.
O programa escolheu uma estreia de impacto. Teve o efeito contrário. E de todas as cenas apelativas escolhidas apenas uma marcou-me.
"- Não culpo "eles" por não me darem dinheiro, mas tenho vergonha por não ser nem olhada na cara, e quando muito, ser olhada com pena." Disse a mulher que foi acompanhada pela equipe do 'A Liga' em um dia de sua vida de mendiga.
E confesso que marcou-me de tal modo que passei a mudar, drasticamente, meu modo de ver os mendigos. Passei a vê-los como seres humanos. Com imagens físicas desfiguradas mas almas inteiras, completas e sedentas de apoio. Não passei a atuar em prol da mudança do mundo. Não teria poderes para isso, e nem saberia usá-los. Todavia, o depoimento daquela mulher, fez-me refletir acerca do que eu fazia em relação a essa pena, esse dó. Entre reflexões interrompidas, comecei a fazer algo que, de algum modo, por menor que fosse, ajudaria a reerguer a moral enterrada desses sobreviventes.
- Opa vizinha, como vai a senhora, tudo bem? - disse entre sorrisos à mendiga que "mora" ao lado da farmácia que atalha meu caminho ao colégio.
- Olá meu jovem, tudo bem, tenha uma ótima manhã. - respondeu a mulher, mostrando, num sorriso atrapalhado, seus dentes mal cuidados.
Se minha "mudança brusca" de atitudes fez mesmo alguma diferença ao dia daquela mulher, não saberei dizer; mas à minha manhã fez. Fiquei realmente satisfeito, mesmo depois do " Tu é louco" que o Marcelo exclamou ao presenciar a cena. Tão satisfeito que ao andar pelas ruas de Cruz Alta, na manhã do meu último domingo, repeti o ato. Dessa vez era um homem, que seria definido pela opinião geral como: assustadoramente mal encarado. Ele fazia com seus dedos um 'paz e amor' esquisito em minha direção. Se os tempos fossem outros, ficaria quieto, recluso no medo de cumprimentar o 'drogadão'; mas ergui a cabeça e exclamei:
- Opa, e aí, como é que está? (transcrito com correções ortográficas)
Não prestei atenção à resposta. Agora refletindo o ato, acho que já estava acostumado a tal feito. E novamente fez-me bem.
Certamente haverá quem diga que minha radical mudança não alterou em nada a quem foi de certa forma afetado por ela. Entretanto, procurei resolver a polêmica interna que se debate em mim da forma mais altruísta que encontrei. Mais do que alimentar com restos e sobras os seres humanos animalizados. Dar a parte mais genuína e renovada de contato vivo, humano, despido de qualquer dó e revestido de um sentimento igualitário de seres humanos que somos.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Contrário...
Contrário a tudo que não me deixa plenamente satisfeito, é o que sou. E a verdade é que quase nada me deixa plenamente satisfeito. Não me considero chato. Somente acredito que levar a vida em ritmo de conformação é totalmente nauseante.
Vivo a 220 volts de pura exigência. É só assim que alcançarei meu sucesso. Questão não só de opinião, mas de modo de viver. Se descansado fosse, seria deixado para trás pela vida célere que exijo ter. E os sonhos que, gradualmente estão se concretizando, rapidamente entrariam em calefação.
Cada um leva a vida do jeito que aspira, não merece repreensão a seu estilo próprio. Porém, não dou às pessoas somente aquilo que merecem. Sinto aversão por quem vive estático, conformando-se com o suficiente. Nada é suficiente. O infinito é o limite. Será tão difícil enxergar isso? Você, incrível medíocre, não se mantenha em um estado somente por que ele lhe traz certa segurança aparente. Vá além. Busque o que quer, nem que para isso tenha que correr todos os riscos. Sinta-se livre para querer possuir o melhor, alcançar o máximo, ser o exemplo, o sujeito a ser seguido. Alcançadas suas metas, busque outras. Não se paralize. Você tem muita vida pela frente e se conformar é desistir de viver.
A ambição pode nem sempre ser a aliada mais fiel do homem, mas sem ela, convenhamos, não podemos seguir em frente, estaremos fincados em uma realidade que nem sempre é a que almejamos. É como se a felicidade andasse num ritmo individual, às vezes alcançaremos-la, andaremos a seu lado, mas na maioria dos casos estaremos correndo atrás dela. Então, apresse o passo, ela está bem perto, desocupe suas mãos com as comodidades e estenda o braço pra ancançá-la.
Vivo a 220 volts de pura exigência. É só assim que alcançarei meu sucesso. Questão não só de opinião, mas de modo de viver. Se descansado fosse, seria deixado para trás pela vida célere que exijo ter. E os sonhos que, gradualmente estão se concretizando, rapidamente entrariam em calefação.
Cada um leva a vida do jeito que aspira, não merece repreensão a seu estilo próprio. Porém, não dou às pessoas somente aquilo que merecem. Sinto aversão por quem vive estático, conformando-se com o suficiente. Nada é suficiente. O infinito é o limite. Será tão difícil enxergar isso? Você, incrível medíocre, não se mantenha em um estado somente por que ele lhe traz certa segurança aparente. Vá além. Busque o que quer, nem que para isso tenha que correr todos os riscos. Sinta-se livre para querer possuir o melhor, alcançar o máximo, ser o exemplo, o sujeito a ser seguido. Alcançadas suas metas, busque outras. Não se paralize. Você tem muita vida pela frente e se conformar é desistir de viver.
A ambição pode nem sempre ser a aliada mais fiel do homem, mas sem ela, convenhamos, não podemos seguir em frente, estaremos fincados em uma realidade que nem sempre é a que almejamos. É como se a felicidade andasse num ritmo individual, às vezes alcançaremos-la, andaremos a seu lado, mas na maioria dos casos estaremos correndo atrás dela. Então, apresse o passo, ela está bem perto, desocupe suas mãos com as comodidades e estenda o braço pra ancançá-la.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Por quê?
Ouço pessoas gritando lá fora. Encarcerado em meu apartamento no centro da badalada Santa Maria,apenas escuto os ruídos da noite. Mas hoje, particularmente, me refiro a uma situação de algazarra diferente à das baladas noturnas que se acometem preferencialmente na trinca sexta-sábado-domingo. Falo da comemoração por resultados esportivos. Quarta e quinta-feira. Especialmente essa quarta e esta quinta-feira, em que o Rio Grande do Sul viu-se dividido, após um embate gloriosa e merecidamente tingido de azul, foi a vez de Grêmio e Internacional jogarem suas vidas nas competições a que estão vinculados.
Ontem, confesso sem sombra de culpa, que pulei, gritei e, sim, abri a janela e xinguei meus dóceis vizinhos colorados. Vencemos as quartas-de-final. Minha quinta-feira, mesmo regada a uma maratona exaustiva de provas de Biologia, Matemática, Português e Geografia, amanheceu mais serena, sorridente e, sobretudo, azul.
A questão que me traz a estar prostrado em frente a meu notebook, digitando freneticamente esse “post” é a seguinte: Por que esses colorados infelizes estão nas ruas em plena quinta-feira, infringindo a ordem pública para comemorar uma passagem de fase da Copa Libertadores? Respondo de prontidão que é o mesmo motivo pelo qual meu dia amanheceu mais sereno,sorridente e azul. E embora não tenha certeza absoluta acerca da razão por que isso acontece, arrisco em dizer que é a necessidade de o brasileiro, pôr, em alguns momentos de sua vida, a condição de felicidade e alegria atrelados a outras pessoas, equipes ou agremiações. Tira-nos um pouco a responsabilidade de buscar a realização sozinhos, sempre.
Finalmente, deixo-lhes uma confissão. Não escrevi esse “post” com a finalidade exata de formular a teoria expressa nas últimas linhas do parágrafo anterior. Queria, em verdade, é perguntar, sem querer resposta, por que esses colorados f... da p... não me deixam dormir em paz, na serenidade de meus sonhos azuis.
Ontem, confesso sem sombra de culpa, que pulei, gritei e, sim, abri a janela e xinguei meus dóceis vizinhos colorados. Vencemos as quartas-de-final. Minha quinta-feira, mesmo regada a uma maratona exaustiva de provas de Biologia, Matemática, Português e Geografia, amanheceu mais serena, sorridente e, sobretudo, azul.
A questão que me traz a estar prostrado em frente a meu notebook, digitando freneticamente esse “post” é a seguinte: Por que esses colorados infelizes estão nas ruas em plena quinta-feira, infringindo a ordem pública para comemorar uma passagem de fase da Copa Libertadores? Respondo de prontidão que é o mesmo motivo pelo qual meu dia amanheceu mais sereno,sorridente e azul. E embora não tenha certeza absoluta acerca da razão por que isso acontece, arrisco em dizer que é a necessidade de o brasileiro, pôr, em alguns momentos de sua vida, a condição de felicidade e alegria atrelados a outras pessoas, equipes ou agremiações. Tira-nos um pouco a responsabilidade de buscar a realização sozinhos, sempre.
Finalmente, deixo-lhes uma confissão. Não escrevi esse “post” com a finalidade exata de formular a teoria expressa nas últimas linhas do parágrafo anterior. Queria, em verdade, é perguntar, sem querer resposta, por que esses colorados f... da p... não me deixam dormir em paz, na serenidade de meus sonhos azuis.
O início, do meu jeito...
Talvez este não fosse o dia mais preciso para começar este blog.Estou em um estado de tensão quase elétrica, ritmado pela exaustiva maratona de provas do colégio. Somando-se ao fato de que até há alguns dias, considerava isso uma ocupação fútil, demasiada desnecessária para uma vida corrida como a minha. Mudei meus conceitos bruscamente. Preciso extravasar minha ira. Descontar, em críticas e desabafos, alguns sentimentos e concepções que resguardo intocados em meu cônscio.
Devo ressaltar, para minha própria tranqüilidade, que este meio não será utilizado como diário virtual, como, em sua concepção inicial, os blogs eram definidos. Usá-lo-ei, no entanto, como ferramenta particular, de modo que se reconheça nele, uma parte de mim. Ou que se conheça a partir dele, um “novo” Eduardo.
Não seguirei uma rotina rígida de postagens. Não me martirizarei com o dever de escrever. Pode parecer incrivelmente absurdo ou careta, mas considero a escrita extremamente prazerosa, desde que se faça a meu tempo.
A partir de hoje, sinta-se à vontade para visitar minha página pessoal. E até que eu me canse ou me arrependa, divirta-se(se isso for possível) com minhas postagens.
Devo ressaltar, para minha própria tranqüilidade, que este meio não será utilizado como diário virtual, como, em sua concepção inicial, os blogs eram definidos. Usá-lo-ei, no entanto, como ferramenta particular, de modo que se reconheça nele, uma parte de mim. Ou que se conheça a partir dele, um “novo” Eduardo.
Não seguirei uma rotina rígida de postagens. Não me martirizarei com o dever de escrever. Pode parecer incrivelmente absurdo ou careta, mas considero a escrita extremamente prazerosa, desde que se faça a meu tempo.
A partir de hoje, sinta-se à vontade para visitar minha página pessoal. E até que eu me canse ou me arrependa, divirta-se(se isso for possível) com minhas postagens.
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