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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tão veloz, minha vida voa...

Imerso em meus devaneios soltos, surge em alto relevo um questionamento acerca da maneira como leva-se a vida. Particularmente, meus devaneios, minha vida. Parti do meio externo para, depois, comparar meus atos.

Corri os olhos ao meu entorno como um radar ultrapotente. O que vi foi o mundo rodando rápido demais. As pessoas não caminhavam, corriam. Não se cumprimentavam, cuspiam murmúrios subentendidos. Seus olhos não reparavam em nada, o máximo era o semáforo. Alguns catadores chegavam a ser atropelados, não eram notados, e quando muito, caracterizados por olhos maldizentes como lixo ou entrave humano. Ante ao labirinto urbano de prédios, nenhum tom natural de verde era visto naquela área. Fiquei pasmado. Onde é que estou vivendo?

A resposta veio no meu próprio andar célere, que deflagrava minha pressa em chegar à aula extra vespertina. Minha carga horária era mais cheia que as ruas trancadas pelo tráfego intenso. Meus pensamentos brincavam livres em meu cônscio apenas em períodos como aquele, de deslocamento. Concluí, decepcionado, que sem nem mesmo pedir permissão, a velocidade dessa máquina terrestre tecnológica e voadora havia me levado com ela, e eu, inerte, aceitei sem ressalvas.

Talvez eu não pudesse mais descer. Não posso entrar em um ritmo tão veloz quanto esse e simplesmente desistir dele. Suicídio. A lei da Inércia me espatifaria em trilhões de pedacinhos. Todavia, não vou me conformar. Não condiz com minha personalidade, da qual tanto me orgulho. Se não posso simplesmente parar, reduzirei meu ritmo, gradualmente, até que esse encontre o meu patamar de exigência. Mudar-me-ei primeiro, depois, o MUNDO!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Afinal, que tipo de altruísmo se quer?

Era uma terça-feira de alguma semana que se passou. Estava eu realmente ansioso para conferir o conteúdo de 'A Liga', novo programa de Rafinha Bastos na Bandeirantes. Seu humor perspicaz e inteligente me convidava à estreia, marcada para as 22h.

Minha sede por risos ia se esvaindo conforme passavam-se das 22h30min e o programa nao começava. Já meio aborrecido, vi a vinheta de abertura recompor-me o entusiasmo que logo no primeiro bloco do programa já fora aturdido novamente. A sagacidade com que o apresentador sobredito usava-se comumente para salpicar protestos às moléstias públicas com doses de humor, no CQC, estava fora do ar.

Insisti em dar confiança ao incipiente programa. O que vi foram denúncias sensacionalistas sobre a mendicância. Atuavam sobre a falta de solidariedade do povo brasileiro e concomitantemente evidenciavam depoimentos contraditórios.

"- Craro, as tia vem dá dinhero pra nóis e nóis pega os cordão delas."
"- Nóis não fica em casa por que o pai bate em nóis, aí a gente vem pra rua pedi dinhero pra compra pedra e fica aqui, é melhor."

Entre dar dinheiro ao pivete e arriscar perder meus tênis, e somando-se a isso ajudá-lo a entrar num caminho sem volta, prefiro manter-me inerte e investir no sonho de que crianças com intuito de ascender futuramente encontram auxílio e apoio na escola, que existe senão para isso.

O programa escolheu uma estreia de impacto. Teve o efeito contrário. E de todas as cenas apelativas escolhidas apenas uma marcou-me.
"- Não culpo "eles" por não me darem dinheiro, mas tenho vergonha por não ser nem olhada na cara, e quando muito, ser olhada com pena." Disse a mulher que foi acompanhada pela equipe do 'A Liga' em um dia de sua vida de mendiga.

E confesso que marcou-me de tal modo que passei a mudar, drasticamente, meu modo de ver os mendigos. Passei a vê-los como seres humanos. Com imagens físicas desfiguradas mas almas inteiras, completas e sedentas de apoio. Não passei a atuar em prol da mudança do mundo. Não teria poderes para isso, e nem saberia usá-los. Todavia, o depoimento daquela mulher, fez-me refletir acerca do que eu fazia em relação a essa pena, esse dó. Entre reflexões interrompidas, comecei a fazer algo que, de algum modo, por menor que fosse, ajudaria a reerguer a moral enterrada desses sobreviventes.
- Opa vizinha, como vai a senhora, tudo bem? - disse entre sorrisos à mendiga que "mora" ao lado da farmácia que atalha meu caminho ao colégio.
- Olá meu jovem, tudo bem, tenha uma ótima manhã. - respondeu a mulher, mostrando, num sorriso atrapalhado, seus dentes mal cuidados.

Se minha "mudança brusca" de atitudes fez mesmo alguma diferença ao dia daquela mulher, não saberei dizer; mas à minha manhã fez. Fiquei realmente satisfeito, mesmo depois do " Tu é louco" que o Marcelo exclamou ao presenciar a cena. Tão satisfeito que ao andar pelas ruas de Cruz Alta, na manhã do meu último domingo, repeti o ato. Dessa vez era um homem, que seria definido pela opinião geral como: assustadoramente mal encarado. Ele fazia com seus dedos um 'paz e amor' esquisito em minha direção. Se os tempos fossem outros, ficaria quieto, recluso no medo de cumprimentar o 'drogadão'; mas ergui a cabeça e exclamei:
- Opa, e aí, como é que está? (transcrito com correções ortográficas)
Não prestei atenção à resposta. Agora refletindo o ato, acho que já estava acostumado a tal feito. E novamente fez-me bem.

Certamente haverá quem diga que minha radical mudança não alterou em nada a quem foi de certa forma afetado por ela. Entretanto, procurei resolver a polêmica interna que se debate em mim da forma mais altruísta que encontrei. Mais do que alimentar com restos e sobras os seres humanos animalizados. Dar a parte mais genuína e renovada de contato vivo, humano, despido de qualquer dó e revestido de um sentimento igualitário de seres humanos que somos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Contrário...

Contrário a tudo que não me deixa plenamente satisfeito, é o que sou. E a verdade é que quase nada me deixa plenamente satisfeito. Não me considero chato. Somente acredito que levar a vida em ritmo de conformação é totalmente nauseante.

Vivo a 220 volts de pura exigência. É só assim que alcançarei meu sucesso. Questão não só de opinião, mas de modo de viver. Se descansado fosse, seria deixado para trás pela vida célere que exijo ter. E os sonhos que, gradualmente estão se concretizando, rapidamente entrariam em calefação.

Cada um leva a vida do jeito que aspira, não merece repreensão a seu estilo próprio. Porém, não dou às pessoas somente aquilo que merecem. Sinto aversão por quem vive estático, conformando-se com o suficiente. Nada é suficiente. O infinito é o limite. Será tão difícil enxergar isso? Você, incrível medíocre, não se mantenha em um estado somente por que ele lhe traz certa segurança aparente. Vá além. Busque o que quer, nem que para isso tenha que correr todos os riscos. Sinta-se livre para querer possuir o melhor, alcançar o máximo, ser o exemplo, o sujeito a ser seguido. Alcançadas suas metas, busque outras. Não se paralize. Você tem muita vida pela frente e se conformar é desistir de viver.

A ambição pode nem sempre ser a aliada mais fiel do homem, mas sem ela, convenhamos, não podemos seguir em frente, estaremos fincados em uma realidade que nem sempre é a que almejamos. É como se a felicidade andasse num ritmo individual, às vezes alcançaremos-la, andaremos a seu lado, mas na maioria dos casos estaremos correndo atrás dela. Então, apresse o passo, ela está bem perto, desocupe suas mãos com as comodidades e estenda o braço pra ancançá-la.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Por quê?

Ouço pessoas gritando lá fora. Encarcerado em meu apartamento no centro da badalada Santa Maria,apenas escuto os ruídos da noite. Mas hoje, particularmente, me refiro a uma situação de algazarra diferente à das baladas noturnas que se acometem preferencialmente na trinca sexta-sábado-domingo. Falo da comemoração por resultados esportivos. Quarta e quinta-feira. Especialmente essa quarta e esta quinta-feira, em que o Rio Grande do Sul viu-se dividido, após um embate gloriosa e merecidamente tingido de azul, foi a vez de Grêmio e Internacional jogarem suas vidas nas competições a que estão vinculados.

Ontem, confesso sem sombra de culpa, que pulei, gritei e, sim, abri a janela e xinguei meus dóceis vizinhos colorados. Vencemos as quartas-de-final. Minha quinta-feira, mesmo regada a uma maratona exaustiva de provas de Biologia, Matemática, Português e Geografia, amanheceu mais serena, sorridente e, sobretudo, azul.

A questão que me traz a estar prostrado em frente a meu notebook, digitando freneticamente esse “post” é a seguinte: Por que esses colorados infelizes estão nas ruas em plena quinta-feira, infringindo a ordem pública para comemorar uma passagem de fase da Copa Libertadores? Respondo de prontidão que é o mesmo motivo pelo qual meu dia amanheceu mais sereno,sorridente e azul. E embora não tenha certeza absoluta acerca da razão por que isso acontece, arrisco em dizer que é a necessidade de o brasileiro, pôr, em alguns momentos de sua vida, a condição de felicidade e alegria atrelados a outras pessoas, equipes ou agremiações. Tira-nos um pouco a responsabilidade de buscar a realização sozinhos, sempre.

Finalmente, deixo-lhes uma confissão. Não escrevi esse “post” com a finalidade exata de formular a teoria expressa nas últimas linhas do parágrafo anterior. Queria, em verdade, é perguntar, sem querer resposta, por que esses colorados f... da p... não me deixam dormir em paz, na serenidade de meus sonhos azuis.

O início, do meu jeito...

Talvez este não fosse o dia mais preciso para começar este blog.Estou em um estado de tensão quase elétrica, ritmado pela exaustiva maratona de provas do colégio. Somando-se ao fato de que até há alguns dias, considerava isso uma ocupação fútil, demasiada desnecessária para uma vida corrida como a minha. Mudei meus conceitos bruscamente. Preciso extravasar minha ira. Descontar, em críticas e desabafos, alguns sentimentos e concepções que resguardo intocados em meu cônscio.

Devo ressaltar, para minha própria tranqüilidade, que este meio não será utilizado como diário virtual, como, em sua concepção inicial, os blogs eram definidos. Usá-lo-ei, no entanto, como ferramenta particular, de modo que se reconheça nele, uma parte de mim. Ou que se conheça a partir dele, um “novo” Eduardo.

Não seguirei uma rotina rígida de postagens. Não me martirizarei com o dever de escrever. Pode parecer incrivelmente absurdo ou careta, mas considero a escrita extremamente prazerosa, desde que se faça a meu tempo.

A partir de hoje, sinta-se à vontade para visitar minha página pessoal. E até que eu me canse ou me arrependa, divirta-se(se isso for possível) com minhas postagens.