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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Duas vidas

Confesso que entrei em tamanha carência familiar, que preciso valer-me deste meio para reafirmar minhas escolhas. Estou com a garganta em 'carne viva', a febre se adonou de minha vivacidade por alguns dias, e a vontade de estar junto de meus pais, no colo de meus protetores, quase me fez ceder. Entretanto, é preciso resgatar a racionalidade para destruir essa bactéria sentimental que insiste em não me abandonar.

Sempre fui e continuo sendo muito autossuficiente e cheio de minhas certezas. Foi assim quando decidi transferir quase que a totalidade de minha vida para Santa Maria. Se você não entende o porquê, respondo. A fama de que a cidade e, também, a escola pela qual optei têm hegemonia sob as demais é bem sabida por todos. Decidi, portanto, conciliar meus dons particulares com as melhores ferramentas com que poderia me aperfeiçoar.

Não é, absolutamente, desdém para com as bases que me formaram. Aliás, quanto mais o tempo passa, mais tenho coerência em dizer que Cruz Alta e Santíssima Trindade foram os meios mais certeiros dos quais eu poderia ter utilizado nos primeiros anos de minha existência. A cidade é, ainda para mim, melhor que Santa Maria. E estou ciente de que esta afirmação gerará maioria de discordância, mas também peço espaço, para que tudo seja devidamente explicado.

Formei laços em Cruz Alta, tão fortes e importantes para mim, que nunca serei capaz de abandoná-los. Sempre estarão em todos os meus pensamentos e em minhas aspirações. A significância que esse berço adquiriu é, portanto, intransponível. Estou dando tempo, e espaço, para que Santa Maria, e as pessoas que me cercam nela, possam, também, ocupar um lugar de relevância nas minhas afinidades ( o que, finalmente, começa a entrar em estado progressivo).

Acostumei-me. Satisfiz-me. Digo sempre que gostaria de ter Cruz Alta com um núcleo santamariense. Impossível, obviamente. Sigo conciliando duas vidas, dois amores, duas razões. Estou certo de que fiz a opção correta. E tudo bem que já se passou quase um ano e meio desde minha saída de casa, mas a carência de um garoto febril, será a mesma, até que eu tenha 120 anos.

3 comentários:

  1. Aaah, sei bem do que tu falas! Sei bem! Sei, também, que a distância é diretamente proporcional à dificuldade. O que me resta é acreditar, que ela tem a mesma relação com a felicidade.

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  2. eduardo lindo o texto, tu não sabe o quanto é bom saber que tu não esqueceu dos teus amigos de cruz alta... essa foi uma escolha que tu fez, afinal a vida é feita delas, mas tenho certeza que fez a certa, pois é o teu futuro que está em jogo... te desejo muito sucesso, tu merece!

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