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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

(SÓ) rindo

Às vezes não são necessários dias, meses ou anos para se sentir que a vida vale a pena... Principalmente quando se trata da idade em que eu estou!

Confesso que por vezes hesitei em vários aspectos, questionando-me sobre a que ponto, exatamente, minha maneira de levar a vida estava correta. A que ponto, exatamente, valia pagar o preço de algumas privações. Descobri que o ponto correto está ,não no êxito que consegui desempenhando tais atos, mas nos sentimentos intrínsecos à minha alma quando fico feliz por eles! E feliz não por números ou qualquer tipo de matéria, mas feliz pelas essências humanas que emanam de mim e para mim quando eles acontecem!

Não desejava fazer um texto muito longo... A esta hora da madrugada, resolvi apenas tentar retribuir por este meio a algumas pessoas que, tão rápido, têm me provocado gargalhadas incessantes e um sorriso insistentemente extasiante que se resume a uma palavra que a cada vez que os encontro, fica mais clara sob os meus olhos: AMIZADE

E... galera do "OMC"... QUE SEJA ETERNO ENQUANTO DURE!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lanterna dos Afogados!

Quando tá escuro e ninguém te ouve
Quando chega a noite e você pode chorar
Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais de porto pra quem precisa chegar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando, vê se não vai demorar

Uma noite longa por uma vida curta
Mas já não me importa basta poder te ajudar
E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando vê se não vai demorar

Uma noite longa por uma vida curta
Mas já não me importa, basta poder te ajudar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando ve se nao vai demorar
(Herbert Viana)


Eu sou mais um, com certeza, dos jovens que se entorpecem de músicas modernas, repletas de sons eletrônicos, em que a letra ou a melodia importam cada vez menos que a batida do som. Mas confesso que por esses dias me vi arrebatado por uma onda retrô. Explico!

Eu estava assistindo TV, jogado no sofá, em uma nítida fotografia viva de férias, e sob um outro olhar: férias tediosas. Mas o acontecimento que me leva a escrever não reside aí. Passou um comercial de CD, uma artista nova, relançando algumas músicas, sob nova interpretação. CONQUISTOU-ME!!! A tal lanterna dos afogados ia e vinha na minha mente, decidi procurar na internet a letra e a música completa.

O que eu encontrei foi uma música nada nova dos Paralamas do Sucesso, com uma letra simples, mas ,sob um olhar atencioso, muito expressiva. E aí, uma série de devaneios cultivados na minha mente vazia, em férias, me pediram para serem aproveitados.

Tudo bem que é só uma música, que não é característica da minha geração, mas ela pode ser uma metonímia da minha juventude, no sentido da minha GERAÇÃO de jovens. Somos instintivos e imediatistas sob o aspecto musical, pessoal, alimentício e - sim - inclusive capilar. Não paramos para ver o que cada tendência, de cada tempo, tinha a dizer, tinha a expressar, e rejeitamos toda e qualquer forma de "retrocesso".

O que deixamos de perceber, da forma mais ingênua possível, é que existem coisas das outras gerações que eram mais bem feitas do que as que são feitas agora e que serviam muito mais para completar os indivíduos que delas faziam parte. Era tudo menos mecânico e, portanto, mais emocional.

Sendo mecânicos, é comum dizermos que não viveríamos sem as inovações que o "nosso" mundo fabricou. E, sinceramente, acho que não conseguiríamos mesmo. Mas isso tem uma razão clara. Assim como robôs não vivem sem seus chips, seres humanos automatizados não vivem sem os computadores, celulares e músicas vazias que os CONTROLAM.

Posso estar sendo realmente hipócrita dizendo tudo isso. Mas acho que é melhor pôr aqui meus devaneios. Afinal, antes de tudo foi um novo jeito de escutar uma música, mas por que não pode ser um novo jeito de ver TUDO? Por que não utilizar tantas marcas para o que eu sou agora?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Férias! Merecidas!

Já não era novidade que o sucesso de meu ano estava condicionado ao meu sucesso no PEIES. Então, aos que acompanham meus passos tenho orgulho de dizer que meu ano tem um SUCESSO em maiúsculas, negrito e itálico. Felizmente neste domingo, mesmo pensando que não havia obtido êxito, consegui alcançar uma marca considerável no concurso sobredito. Estou absolutamente realizado... Quero aproveitar meu tempo de descanso agora, porque, afinal, foi um ano bem cansativo.

Um grande abraço a todos que ficam felizes com a minha felicidade.

domingo, 21 de novembro de 2010

Boas novas

Eu provavelmente não estarei, ao menos no período das próximas três semanas, mais livre do que nesse exato momento para escrever algo interessante. E juro que minha vida tem me dado recentes motivos para me alegrar, e isso é mais do que suficiente para inspirar-me palavras.

No dia 4/11, assumirei, se tudo correr bem, como Mestre Conselheiro do meu capítulo em Cruz Alta (Ordem Demolay) e isso me deixa animado pra contar os dias para esse momento. É algo de suma importância, que me enche de orgulho, ao mesmo tempo que me prega novas responsabilidades. Dessa vez são responsabilidades boas, que me ensinarão cada vez melhor a arte de viver.

Somando-se a isso, nesses tres útimos dias, em especial, algo tem me chamado a atenção. Não de forma certeira, que torne extintas todas as minha dúvidas e inseguranças, mas de uma forma confortante, que leva doses de adrenalina pulsante ao me sangue, deixando ébrio mais uma vez uma parte de mim que jazia no solo pungente da racionalidade.

E por fim, para completar,recebi hoje uma notícia que me deixou muito, mas muito feliz. Algo que vem como recompensa de um período não muito bom, em que a luta contra aquele mal foi feita de mãos dadas, e hoje ele está pulverizado sob nossos olhares. Palmas eu dou ao grande vitorioso disso tudo, que conseguiu vencer as adversidades com o espírito da superação. Palmas pra você, que saberá quem é!

E a você que leu e não entendeu nadinha disso tudo. Fique com apenas esa última frase:

ESTOU FELIZ!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Recompensa

Ontem, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, foi a premiação do Concurso Literário Municipal, no qual fui contemplado com o 1º lugar. Foi a segunda vez, em dois anos, que eu obtive uma premiação devido a minhas palavras. É, com certeza absoluta, inspirador e recompensante obter tais êxitos; são fatos que enrijecem a alma de quem é aclamado por eles e dão ânimo para seguir projetando minha consciência crítica nas palavras, que por um presente divino, aprendi a usar. Agradeço a todos os que participaram direta ou indiretamente desse conquista.


Abaixo, seguem os dois textos com os quais consegui premiações nos concursos da cidade.

2010

XXXI Concurso Literário Municipal
Colégio Riachuelo
1º Lugar Crônica
Eduardo Librelotto Fernandes


Paradoxo

Estava a minha vizinha mendiga - como já fizera outras vezes - a preparar seu 'cafofo' ao lado da farmácia. A organização e o cuidado com que a mulher de trajes maltrapilhos dispunha seus objetos era algo fascinante por si só. Porém, depois de, aparentemente, concluir seus afazeres 'domésticos', alguma coisa curiosa aconteceu. A vizinha se encaminhou à 'mesa do almoço', improvisada no meio-fio. Sentou-se. Abriu uma sacolinha com alguns alimentos bagunçadamente amontoados e retirou seu bife salpicado de grãos de arroz. Abocanhou-o, nitidamente famélica. Entre seus dedos, escorriam os farelos despedaçados pelos dentes espaçadamente dispersos na boca quase banguela. Seus olhos fitavam o alimento e pareciam nada mais ver. Duas lentes fixas em um foco, como que com medo de que o alimento fugisse e a fome voltasse. Não percebia os passos velozes dos indivíduos que passavam, e estes tampouco a notavam diante da nuvem de detritos sociais que a encobriam.

Farejando os cantos da calçada, na esperança quase mórbida de não perecer, um cão esquelético aproximou-se, no instinto guiado pelo cheiro da carne. Estava perto demais. A mendiga notou. Uma troca de olhares marcou-se. Olhares de ambos os animais, um perante a sociedade, outro perante a natureza. Desconfiada, a mendiga olhou para o cachorro e voltou-se para os dedos, que seguravam firmemente um terço do bife. O baque ocorreu então. Sem titubear mais nem um instante, a mendiga abriu a mão e deixou o cão tomar-lhe o resto de seu almoço. Um sorriso sincero abriu-se naquele rosto maltratado. O sorriso de recompensa da solidariedade em essência.

Era extremamente paradoxal presenciar aquele fato. À medida que minha retina processava as imagens, os fragmentos iam se unindo em forma de reflexão. Era difícil acreditar. A mulher que costuma lutar diariamente pela sobrevivência, sob os olhos coniventes e egoístas dos transeuntes da cidade, mostrando que, mesmo imersa na miséria pungente, o estômago continuava menor que o coração. Um ato que poderia parecer impensado, ignorante... Contudo, era algo muito mais virtuoso, algo que a incompreensão de quem enxerga os fatos friamente é absolutamente incapaz de perceber. Um ato de nobreza; uma ação com alma impregnada, mesmo com a singeleza dos atos de uma mendiga. O paradoxo da riqueza dos fatos na pobreza da cidade.

2009

Concurso Verde que te quero verde, Jornal ‘A Razão’
1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio – Categoria Redação

1º Lugar: Eduardo Librelotto Fernandes


Ao planeta, empresto a minha voz

Flagrei-me, outro dia, em uma de minhas reflexões sobre o futuro, a imaginar o mundo dos meus sessenta anos. Meu céu, antes límpido e de azul resplandescente, escondia-se por entre os incontáveis arranha-céus; meu sol, que antes ofuscava o brilho de todas as coisas com sua suntuosidade, agora não era nem notado ante às nuvens de detritos que o encobriam. De nossos bosques, que antes tinham mais vida, não sobraram nem as lágrimas de dor ao serem mutilados.

Parei, frustrado; não posso apenas conformar-me e ser condescendente a esta realidade que toma forma aterrorizante e que ameaça destruir as formas básicas e perfeitas de nosso planeta. Isso porque, sendo você cético ou crente na existência de um Deus superior, não se pode desprezar o fato de que tudo q eu existe tem uma finalidade definida; nem ser ignorante ao ponto de pensar que nossa complexidade medíocre se equipara à magnitude de nossa Terra.

Se os apelos por socorro emanados por nossa natureza em chagas são emudecidos pela ganância que norteia os rumos de nosso mundo, eu empresto minha voz ao planeta e profiro gritos de socorro a todas as classes, pois vivemos todos em um mesmo mundo e é mister a todos a conservação dele.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Surpresa!

Eu descobri agora uma ferramenta do BLOGSPOT que me mostra as estatísticas do meu blog, desde a criação dele.

Quando pus o contador, o blog já tinha algum tempinho de existência, então tive que começar a contar do zero. Agora, com essa ferramenta OFICIAL, tenho o número exato e TOTAL de visitas do blog. Compartilhem comigo dessa surpresa!

# TOTAL DE VISITANTES: 1.301
#ORIGEM DOS VISITANTES: *1282 - BRASIL
*10 - EUA
*7 - CANADÁ
*1 - RU
*1 - MÉXICO


Agora, dá uma lidinha no post aqui de baixo. ABRAÇÃO

Devaneio 1

Se você começou a ler esse post achando que vai encontrar alguma informação bombástica ou uma super-hiper-mega-reflexão, é melhor voltar outra hora. Estive pensando em como a rotina, ou mesmo a mínima alteração dela pode gerar algumas palavras excêntricas, que encaixadas da maneira correta, podem ser prazerosas para mim, ou para você.

Hoje o céu destoou, e muito, dos tons anis que tem apresentado. Um cinza melancólico e uma brisa gélida fizeram a manhã parecer completamente deslocada do contexto "estio" a que rapidamente me acostumei. Aula, rotina, rotina, aula. No meio da monotonia e do silêncio de acontecimentos marcantes, ouvia-se ao fundo meu sangue clamar por glicose. Acordei muito tarde e não me restou tempo para pôr nada no estômago. Azar. Ou talvez sorte, porque alicerçado a esse fato ou não, tive um devaneio que me fez dar algumas risadas internas e intimistas.

Não me lembro do assunto, nem da matéria, mas ouvi a professora balbuciando sílabas perdidas, na intensão vã de caracterizar algo como AVASSALADOR.(Já avisei que o que se seguiria não seria NADA surpreendente) Lá vai meu devaneio número 1.

Depois de ter dito a palavra, fiquei desmontando-a mentalmente, sem nenhuma intensão prévia, senão passar o tempo inconscientemente. A-VASSALA-DOR --> A+DOR=indicadores de ação, transformação; VASSALO= nobre da Idade Média que servia a um outro nobre, jurando, de joelhos, fidelidade. AVASSALADOR = Tornar algo ou alguém seu vassalo, deixar de joelhos, sucumbir.

Não, nada inteligente ou admirável. O significado é esse mesmo, no dicionário, porém o uso que se faz dessa palavra é algo bem distinto dos moldes medievais que ela traz em seu intrínseco significado. E então, mesmo tendo deduzido uma coisa óbvia, percebi que essa, como muitas outras, é uma palavra que teve seu significado transformado do original, mas que analisada atenciosamente, revela sua essência verdadeira.

E o que são as palavras, senão a representação simbólica de nossos atos, seres e almas? Às vezes uma intenção, um uso, mas uma essência diferente.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O rumo dos passos derradeiros

Eu deparei-me com uma deflagrante realidade nessa última semana: O ano está realmente chegando ao fim. Não foi uma descoberta genial, é claro, mas é uma informação que ainda não havia se tornado tão translúcida a meus olhos. O que deixo claro é que o término de meu ano é marcado por apenas uma data: 12/12, a prova do PEIES.

Faltam menos de dois meses,e isso é muito pouco tempo. Não há tempo para se perder, e já é hora de agendar as revisões e os tratamentos intensivos de estudo. E é justamente aí que entra o fato que me alertou acerca da realidade; a escolha do cursinho intensivo preparatório para o PEIES.

Sobre tal escolha, tenho algumas coisas a relatar. Ano passado, não tive dúvidas sobre a instiruição por que optar. Após uma experiência mal sucedida no semestral do Riachuelo, não exitei em apostar no Fóton todas as minhas fichas. Decisão mais que acertada, pois, com o perdão da opinião particular, os professores do cursinho escolhido, no primeiro ano, superavam - e muito - os do concorrente.

Este ano a história seria a mesma, em tese, uma vez que as experiências na parte inferior da Venâncio Aires tinham obtido minha confiança para a instituição. Mas o concorrente, Riachuelo, não manteve o nível raso que outrora havia apresentado. Neste ano, o cursinho de meu colégio apresentou um corpo docente que me deixou simplesmente boquiaberto. São, reconhecidamente, professores eficientes, e essa característica, no período INTENSIVO, é a mais determinante, sem dúvida. Mesmo com o corpo de professores, parcialmente mantido, o Fóton, nesse quesito, foi derrotado.

Seria uma questão simples, não fossem alguns outros fatores que afloram em meu invólucro juvenil. As lembranças da fervorosa multidão se encontrando nos recreios, a sala de aula com cento e oitenta alunos e as pessoas diferentes que se viam todas as noites.O Fóton lembra também realização adolescente. Não deveria, afinal a qualidade de ensino deveria prevalescer acima de qualquer fator. Mas o Fóton tem a preferência da maioria, justamente pelo encontro massivo de pessoas em um só lugar.

A questão sobredita, mais uma que se apresenta sob a tensão desse fim de ano, ainda perdurará por alguns dias, até que seja aniquilada por uma solução. Porém, a tensão que já se apoderou de mim só me libertará no dia 12/12, em torno das 18h20 min, quando o grito de férias puder ecoar além de minha garganta.


Longe de ser parâmetro comparativo com os demais posts, este serviu muito mais para movimentar novamente minhas atualizações que para afagar minha habilidade ortogramatical. Um grande abraço e até a próxima.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CONFIRMA

CONFIRMA!CONFIRMA!CONFIRMA!CONFIRMA!CONFIRMA!CONFIRMA! Fim ! Votou!
Meu primeiro ato de exercer o direito cívico de votar foi realizado com sucesso, e me rendeu muito mais do que uma minúscula parcela no percentual geral.

O que ocorreu foi que, após sair de minha seção eleitoral, um estado de paz sobredourou minha consciência. Não foi a certeza de um país melhor, mas pelo menos a certeza de um dever cumprido com retidão e comprometimento. Selecionei meus candidatos segundo ideologias próprias, o que resultou em uma intrigante colcha de retalhos em minha ficha de votos. Diversos partidos figuraram sob minhas digitais nesse domingo eleitoral, e alguns declaradamente inimigos partidários dos outros. Tudo por que preferi ouvir o que minha incandescência juvenil bradava e dar vez aos MEUS próprios partidos ideais e pôr nos CANDIDATOS, e somente em suas índoles, minhas esperanças.

Sei, pois não sou nenhum alienado, que não haverá revoluções gritantes no jeito de governar. Sei que a honra continuará sendo aviltada constantemente pela ilegalidade indiscreta. Porém, minha imaginação onírica ainda projeta avanços significativos para o bem da nação,fundamentados, primeiramente, por um voto bem pensado.

E assim, por mais que minha paciência clamasse já por uma trégua das incansáveis propagandas políticas, há alguma coisa em mim que sentirá falta de todo esse processo eleitoral. Certamente, é a mesma coisa que mantém uma esperança pueril em minha consciência cidadã, e que faz meu coração palpitar diante daquela sonhadora tecla verde.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Assustado, aliviado

Padeço olhando para o céu,
procurando alguma estrela que me diga
o porquê de certas coisas nesse caminho sinuoso da vida
os passos são trilhados
tão cautelosos, pensados, sábios
mas os ruídos das folhas secas, benevolentes,esmagadas pelo caminho
ainda são mudos diante do caos que me tenta.

Resisto. Tento iludir o tempo que vai,
tento enganar o mal que me assombra,
mas são espectros de um sonho ruim
que rondaram meu caminho por estes tempos,
e que, inescrupulosamente, abalam minha solidez.
Rugem, arranham, enterram os ossos de um dia
que, por Deus, não voltará mais.

Se pudesse mudar algo, chagas não abririam mais
nenhuma lágrima brotaria, nem clamores seriam emanados,
mas corrigir o quê, exatamente, nem meus prantos respondem.
São falhas vacilantes, que escorrem de rupturas invisíveis
na incrível fortaleza de minha integridade.

Da terra exulta a certeza de que o mal não se concretizou,
ainda que tenha causado sibilos urticantes na alma de quem os ouviu.
E de que a agonia suposta foi, sem dúvidas,
melhor que a verdade que jamais aconteceu.
Durmo agora, implorando para não apagar, ainda estou assustado, mas aliviado.


Quem entender, e não serão muitos, não compreenderá. Mas as palavras são, por vezes, de sentido tão inatingível quanto os percalços da vida. Não questionem o real sentido delas, foi nada mais do que a excreção de alguns resíduos de minha alma, que me incomodaram por um tempo, nada mais do que isso.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sinal vermelho para a falta de polidez

Eu estava voltando para casa, após as costumeiras cinco horas de aulas matinais. Parei ante o demorado semáforo da Rio Branco. O sinal estava aberto. Um senhor, de calças largas, bonezinho antiquíssimo, cabelos totalmente esbranquiçados e no mínimo setenta primaveras, ignorou a sinalização. E foi, no ritmo de seus passos senis, atravessando a via. A rua, para quem não a conhece, é um tanto larga e a faixa de segurança de uma travessia como essas no centro de Santa Maria está longe de ser segura.

Assim, os fatos apontam para uma tragédia, e tinha tudo para ser. Não o foi no sentido primário da palavra, em que se prevê um desastroso acidente, culminando em ferimentos e consequências físicas ao indivíduo. Mas foi, sim, uma tragédia moral, em que eu vi o motoqueiro que vinha veloz, desviar perigosamente do idoso e cuspir-lhe uma série de difamações verbais que prefiro não transcrever, deixando-as putrefarem esquecidas no asfalto maldizente.

O velho saiu cabisbaixo, os ouvidos, embora fatigados pelo longa vida, não o pouparam de compreender as expressões do motoqueiro. Sua vida talvez tenha perdido ainda mais as cores que já esmaecem pelo tempo, e que vão se acinzentando ainda mais por tais atos odiosos.

Meu relato não é a defesa da imprudência do velho, porém acredito que esta foi nada mais do que isto: uma imprudência. Faço, sim, uma ressalva pela boa educação, e quando esta não é possível, a abdicação dos atos repudiosos, que não tem outro fim senão transferir seu índice saturado de estresse aos demais indivíduos que os sofrem.
Afinal, não é tão difícil manter-se em silêncio quando não for razoável se manifestar de forma polida e construtiva. Uma vez que não consta em nenhuma cláusula da vida o direito de destruir ou rebaixar o moral de nossos semelhantes com explosões de nossa própria cólera.

Algo que de mim mereceu um olhar mais atencioso , talvez possa servir para algum pensamento profícuo em meio às copiosas ações involuntárias dessa nossa rotina.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

NOVIDADE

Consegui agora colocar um contador de visitantes no meu blog,
a partir de agora, os acessos ao meu domínio serão contados. :D

Clamores da Alma

Existem pessoas que permanecem impenetráveis. Imergem para sempre no oceano inóspito do racionalismo irresoluto. Uma vida sem o uso da razão é, sem dúvidas, improvável de ser vivida. Entretanto, o uso infinito e descontrolado dessa essência racional sufoca a alma. Impede-nos de perceber os deleites sensíveis da vida; vai matando, sem escrúpulos, nosso instinto humano e transformando-nos em máquinas vivas. Para permanecermos vivos interna e externamente, às vezes é preciso, como farei agora, embeber o espírito no bálsamo embriagante do sentimentalismo e entremear nossa alma às dos outros sujeitos e objetos.

Analisemos, por exemplo, em puro devaneio, uma simples rosa vermelha, inerte, que apenas sacoleja lânguida ao embalo sibilante do vento. Neste momento, a abelha adornada de um milimétrico gradiente dourado repousa nesse leito real, sugando para si o néctar doce que a rosa resguarda. Findo o ato, transporta a essência colhida ao reduto do trabalho de suas companheiras, onde o cúmulo do coletivismo transforma o bruto no líquido. O suave pólen tornando-se o mais puro doce da natureza.

À medida que esses fatos acontecem, algum homem incompreendido vai a um armazém de esquina. Com uma introdução lacônica, rapidamente adquire o recipiente contendo a chave para o desejo gustativo repentino. Em sua vida de ritmo céleree a amargo, momentos como aquele eram raros. O paladar adquiria sensibilidade incomensurável a cada dose tragada do mel. No instante em que digeria o doce, a coragem submergia de seu cônscio e seus pés o direcionavam à casa da amada.

Enquanto esperava a resposta ao toque na campainha, suas veias ferviam pulsantes. A porta se abriu. A rosa que levava na mão tornou-se, no instante do choque de olhares, o fragmento mais puro subtraído e esculpido do coração do amante. As emoções entraram em conflito e as consequências se resumiram a um beijo adocicado ainda pelo mel.

Era a prova empírica de que a rosa, a abelha e o mel estavam com as almas em júbilo, comungadas às almas dos amantes. Aqueles, objetos neutros que, agora, representavam a entropia ativa do amor em expressão, da vida em atividade. Estes, o sentimentalismo sincero, a despreocupação com o mundo exterior; a felicidade em pleno protesto às admoestações que o "modernismo" trazia aos sorrisos, cada vez mais raros e suprimidos em meio ao caos do estresse humano.

Portanto, por mais que sejam só devaneios, parece-me claro que devaneios têm, também, alma; pedindo para ser ouvida. A vida tentando nos frear e clamando por atenção aos detalhes castos que ignoramos despercebidamente. Talvez devêssemos ouvir o tal sentimentalismo e dar a nós mesmos a chance de reduzir o ritmo estritamente racional e aderir ao ritmo do sentimentos. Visto que somos algo muito maior que ações mecânicas pré-planejadas. Somos amantes, somos amigos, somos acaso e somos, acima de tudo, a alma em essência.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Blablablá dos 16 anos votantes

Um de meus sonhos mais marcantes de quando criança era poder crescer, ter dezesseis anos e VOTAR. Eu fazia pesquisas de opinião com meus pais, empregada, e até com os professores do colégio durante os períodos de campanha eleitoral. O incrível é que em todas as eleições em que não me manifestei formalmente, por falta do direito de voto, eu tinha a absoluta certeza do lado de que estava. Na minha inocência infantil, tinha como certos quais as propostas de governo e quais os governantes eu queria como vencedores.

Atingi os tão sonhados dezesseis anos, meu título de eleitor já está em mãos, mas o entusiasmo que me dominava nos períodos eleitorais ainda não chegou. Confesso que não sei dizer o motivo. Talvez pelo amadurecimento de meus ideais, que raramente encontram simetria perfeita em algum candidato. Talvez pelos meus ouvidos, castigados pelos 'jingles' de linguagem pobre que insistem em repetir nomes e números sem nenhuma proposta concreta embasando a propaganda (não sei você, mas o fato de ficar ouvindo uma repetição incontável não vai me fazer digitá-lo na urna eletrônica) Talvez até pela responsabilidade de fazer parte concreta de um processo de escolha que pode afetar os rumos da minha nação. Desisti de procurar as causas e decidi procurar os candidatos que preencherão minha lista de preferências.

Por ora, estou seguindo a seguinte linha de raciocínio: Uma falha na campanha, seja uma mentirinha ou uma simples omissão não difere em nada senão em PROPORÇÃO dos grandes desvios de dinheiro e das inúmeras corrupções que infelizmente têm permeado as relações políticas nacionais. Do mesmo modo que agora são candidatos e depois serão eleitos, diferindo somente em PROPORÇÃO. A tal falha no percurso, cuidadosamente omitida, é o primeiro passo para o atentado à integridade do país, a abertura da válvula que desencadeia a corrupção.

Não voto em quem tenha o "rabo preso". O motivo é facilmente decifrável. Abra a porta e verá que tem muito mais que o rabo por lá (descontem os palavrórios sujos, mas é apenas um reflexo contaminado pela nossa vergonhosa política nacional).

Caro leitor, aquele desânimo com a prática eleitoral sobredito aliou-se ao lodo imundo de falcatruas que esse período mascara e esvaiu as gotículas de entusiasmo que haviam brotado em mim para dissertar acerca desse assunto. Entenda como um PROTESTO. Aliás, meu voto presidencial já está definido, e é também um voto consciente de PROTESTO. Optei pela mulher que não tem nenhuma sombra degenarativa em sua conduta ética e que, mesmo estando atrás nas pesquisas de opinião, ganhou meu voto e minha admiração pela sua proposta inovadora e LIMPA.

Sem apelações infundadas, como prometido, mas uma manifestação minha, que decidi, logo no primeiro voto, INOVAR.

Ps.: O texto não ficou bom, fato. Contudo, prefiro ele aqui do que no esquecimento da minha lixeira eletrônica.

Agradecer

"Com extraordinária emoção e orgulho fui lendo esse texto e a cada parágrafo que lia, aumentava mais e mais a alegria em tê-lo na nossa família. Tuas palavras são inteligentes e sábias, expressam o teu pensamento com todo o encantamento que um escritor pode passar ao leitor. É muito prazeroso e rico ler um texto tão bem construído , com vocabulário ao mesmo tempo rebuscado e ora simples , de fácil assimilação o que nos remete a realidade dos fatos.
Não sei o como posso contribuir contigo, pois tu é simplesmente excepcional e com certeza nos reserva grandes surpresas num futuro bem próximo.
Elogios são poucos para expressar o que sentimos , por isso só te desejo que continues assim, como és , e, é por isso que te amamos muito!
Tios Rosilene e José Ari e primos Tanise e Rômulo Ferraz"

"Tche, to impressionado com teus textos.. e esse matou a pau! tu escreve de uma forma que eu nunca tinha visto antes, simplismente sem palavras. abraçao -
Henrique Krum"

"Não sei se foi mais difícil arrumar tempo para vir ler teu blog ou para escolher em quais dos textos eu comentaria.
Escolhi o último que li, tudo bem pra ti?
O fato é que, independente de qual eu escolheria, a essência de todos os textos é a mesma. Essência movida por uma personalidade e identidade ímpar do autor. Transborda sensibilidade e inteligência. Faz pensar, refletir, quase levantar da cadeira.
Também nao sei se amei mais o texto em si ou a tua tal "mudança brusca".
Sei que gostei da sensação de ler essas palavras "do teu jeito..."
Se eu consegui definir mais algumas coisas perante o que li, volto aqui e aviso, ok?
Enquanto isso, continua observando a vida, agindo e transofrmando todas as tuas vivências em palavras.
Quanto a divulgação do blog, deixa comigo. Faço questão de divulgar talentos.
Beijos cheios de saudade, desejos de inspiração e uma catástrofe de orgulho de ti. - Kauane Linassi Leite"

"Bom, tanta coisa pra falar....
Hoje acho que encontrei algo mais interessante para ler do que as últimas matérias da garagem do bellote, críticas automotivas ou as novidades e reportagens terra ou globo.com. Acabei por acaso achando algo que vai bem mais além.
Assim, com o teu jeito de escrever, falar ou agir, tu talvez não consiga mudar o mundo, mas com toda certeza vai conseguir mudar as pessoas que estão a tua volta.
Sem dúvidas, o que está fazendo aqui, só vai se refletir em mais e mais sucesso, que é o que eu te desejo.
Ato nobre o que fizestes.
De fato, breves palavras são capazes de descrever tudo, o texto em si está muito bem formulado, sendo que a leitura te envolve de um modo que da faz pensar e refletir, vai muito além das habituais crônicas com temas que somos acostumados a ler em jornais e revistas.
Esse o agradecimento por ter tornado meu dia melhor. Todo sucesso do mundo para você!
Que os posts sejam constantes, nunca faltem temas ou inspiração para escrever e que continue tocando a todos com essas pelas palavras e esse belo jeito de pensar! - Paulo Eduardo Cabral"


Não foi fácil, mas selecionei estes 4 comentários, feitos acerca de meu blog e de minhas postagens, como talvez os que tenham mais me tocado, em um acesso rápido a minhas memórias. A exposição deles não tem outro objetivo senão o de agradecer a atenção desses indivíduos que reservam ou já reservaram algum tempo de suas vidas corridas para consultar meus simples relatos. Confesso que me sinto prestigiado, importante e confiante.

A todos os que se preocupam em registrar suas manifestações em comentários, obrigado, é, ainda, a única forma concreta que tenho de saber como anda a popularidade de meus escritos. Posto que não tenho acesso ao meu número de visitantes senão pelos relatos que me são feitos.

Agora, que através desse singelo agradecimento, representado por esses 4 comentários, possam TODOS vocês, leitores, saborearem com mais gosto minhas manifestações sobre o mundo, que eu, AINDA, tento compreender.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sonho de Criança


http://www.legobrasil.com.br/crieeganhe2010/concurso/criacao/261 Esse é o link de um concurso de produções infantis com LEGO. Meu irmão é o autor da obra. E a importância que a tal competição está tendo para ele é algo que me fez parar e pensar um pouco sobre o que foi minha infância, senão um mar límpido de sonhos cândidos.

Era domingo e eu estava em Cruz Alta, aproveitando minhas últimas horas de descanso, ao lado da família. Foi quando o moleque chegou afoito com a câmera na mão e a dita engenhoca recém projetada.

- Agora eu vou ganhar! Mil reais em lego, meu sonho vai se realizar, meu caminhão vai ser um sucesso! - murmurava baixinho, porém perceptível.

Hoje ele não sabe, mas talvez esteja vivendo os últimos instantes da infância, preparando-se para entrar na intrincada adolescência. Ignorava tal fato e cuidava daquele brinquedo como se fosse o objeto mais importante que já tivera nas mãos. O sonho casto de poder ser o campeão do concurso de lego era no momento, neste auge da sua inocência pueril, o objetivo principal de sua vida.

- Quer uma mão, gordo? - Intervim
...
- Acho que deste ângulo está perfeito! - nem ouvira minhas palavras - Vai ser tão legal! Mil reais em lego. - balbuciava vislumbrado.

Colocava a câmera sobre a mesa, sobre o bar, sobre o sofá, mas nada o satisfazia. Interessei-me pelo caminhãozinho, até que era ajeitadinho. Lembrou-me a fase de minha infância em que eu também acalentava objetivos toscos, mas que norteavam a minha vida no período. AI DE QUEM ME DISSESSE QUE ERA IMPOSSÍVEL. Sonhos que por mais infantis que fossem, me fizeram lograr "livros, bolas oficias do campeonato brasileiro, e kits completos das olimpíadas"; tudo originado em sonhos infantis, sonhos de que uma frase de minha autoria pudessem me trazer prêmios. Realmente trouxeram e me realizaram. Hoje não é muito, mas o que vale para uma criança conquistar o sonho mais simples senão tudo o que ela centraliza em sua vida?

Faz falta ser criança. Era uma época em que você não se preocupava se tinha que fazer isso ou aquilo. VOCÊ FAZIA. Você não se preocupava se podia dizer isso ou aquilo. VOCÊ DIZIA. Você não se preocupava se podia sonhar, e se era possível conseguir. VOCÊ SONHAVA COM TODAS AS SUAS FORÇAS, COMO SE DAQUILO DEPENDESSE O SEU MUNDO NAQUELE MOMENTO.Você não se preocupava... VOCÊ VIVIA.

- Eu acho que fica melhor na mesa, Bruno, dá um efeito massa. - Disse tentando parecer preocupado com o projeto.
- Não, não, eu vou colocar na bancada do bar. - declarou.

Da escolha da foto preferida até a inscrição no site foi um passo rápido demais. Ele sorriu. E finda a tensão que regeu os passos até o cadastro, esqueci-me do assunto e fui cuidar de minhas malas.

Passaram-se alguns dias e ele me mandou o link do concurso, com uma mensagenzinha simples: "Vota em mim, manão!" Abri e a minha surpresa: Eram 600 votos pro moleque! Eu me emocionei demais, parecia que tinha retrocedido a minha infância e ingressado no mundo daqueles sonhos infantis novamente. Comecei a votar enlouquecidamente. Divulguei para alguns amigos e segui votando. Ontem eram 900 votos. Neste exato momento são 1331 votos. Talvez seja pouco para alcançar os 4000 votos que o último premiado encabeça, mas que este concursinho está me deixando mais infantil, está, e por coincidência ou não, me sinto melhor agora.

Ps.: Se sobrar um tempinho vota lá, até cansar o dedo, se possível.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Retomada

Não é fácil retomar a rotina fatigante, que entorpece os neurônios de conhecimento extra e fatiga o corpo de movimentos repetitivos. Não é fácil acordar longe da família outra vez, sobretudo quando isso ocorre às seis e meia da manhã quase a uma temperatura de solidificação. Não é fácil lembrar que o teu destino está nas tuas mãos, e que a tua dedicação é mais que imprescindível neste período do ano. Não é fácil deixar de sair quando se bem quer, não é fácil determinar novamente horários pra ir, e pra vir. Mas é tudo, embora difícil, absolutamente necessário à sequência da vida, no intuito de atingir seus momentos de júbilo.

Por conseguinte de buscarmos a exultação constante vale lembrar que não se atinge as férias de verão sem antes superar as de inverno. Tendo em vista, é claro, que aquelas são bem mais proveitosas e divertidas do que estas que tem um gélido supérfluo para enfadar a pele. Agora é embeber a alma na espera contínua daquele período que aquece a qualquer corpo e espírito congelado, que nos traz boas histórias e que remonta grandes lembranças guardadas. É hora de agir em favor do tempo, para torná-lo mais agradável na corrida maluca em busca do lugar ao sol que é teu e de mais ninguém.

Enfim, marca-se hoje então minha retomada ao blog, que também merecera descanso, e que com seu semestre inaugurado por esse pequeno post introdutório, deve continuar sendo o reduto dos meus pensamentos imediatos e de minhas reflexões intuitivas. Seja bem-vindo de novo aqui, caro leitor, e que seja um semestre realmente magnífico para nós dois.

P.S.: Agradeço do fundo do coração àqueles que se preocupam em externar suas opiniões sobre meu blog através destes queridos comentários. Sem imergir-me em egocentrismos inadequados, declaro minha felicidade em poder acreditar que posso estar sendo importante fonte de leituras a alguém. Espero corresponder às expectativas de todos e continuar sendo digno de receber mais e mais comentários, sejam eles fortuitos ou bem pensados.Obrigado.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Tempo de parar pra pensar

O período de provas se aproxima, marcando o final do bimestre. O paradoxo entre meus sentimentos é evidente. O sentimento de alívio e felicidade pelo fim de um semestre de atividade vem direatemente de encontro à apreensão que me define nesses três dias de avaliação. Porém, é em períodos de transição como este que estou vivendo que a parada para reflexão fica mais nitidamente compreendida. Ponderar os aspectos que se somaram ao lado do SUCESSO e reavaliar o que não saiu da melhor maneira (leia-se fracassos).

O ano começou como todos, pois já não havia muito a que se acostumar. O tempo de adaptação já havia, e pudera, ser superado. O que restava era reconhecer os novatos que me iam cercar. Testar novos laços e considerar novas atitudes. Um primeiro ano inteiro se formou. Novas peças para meu quebra cabeça, em que eu tentei escolher as mais prováveis para completar o desenho perfeito da minha identidade. Dentro dessas, muitas se destacaram, outras se DESCARTARAM, outras se anularam. Continuei, portanto, a formar minha personalidade embasado em ideais imutáveis de meu caráter. Não há o que se mudar nisso tudo, são processos naturais da origem humana; CONHECER + AVALIAR = CONSIDERAR ou DESCONSIDERAR.

Vale ressaltar que, embora sejam processos naturais aos seres humanos, o semestre que se passou ficou marcado por acontecimentos que me permitiram uma visão privilegiada da cidade na qual resido hoje. Fatores que ainda não haviam se sobressaído a meus olhos ficaram nítidos, me permitindo um olhar mais atencioso às pessoas que tão próximas estavam, e tão distantes ficavam. Em suma, a cidade que eu, decididamente, não gostava, foi gradualmente se transformando em um dos redutos ( nunca abandonando a INABALÁVEL Cruz Alta) de minhas afinidades mais notórias. Aqui, encontrei pessoas das quais me orgulho de poder chamar de amigos. Dos posões nas casas dos colegas, inexistentes no ano que passou, das reuniões regadas a MUITA pizza, das juñções que me deram algumas dores de cabeça( é claro que você me entende!), das pessoas que depois de um 'bom dia' de manhã, de um convite na mesma hora, e de uma festa à noite, passaram a fazer parte do hall de minhas relações. Encontrei a melhor coisa que me poderia acontecer, confiança, amizade, sentimentos contraditórios, tudo misturado com muito riso, salpicado com amor, e agora com uma parte bem definida do meu jeito.

À partir de tudo isso ganhei autoconfiança, me senti completo. Tenho um blog e um número notável de leitores. E de mais de duas cidades, o que é consideravelemente animador. Desenvolvi meus gostos, habilidades e encontrei pessoas que de uma maneira ou de outra gostam do que eu faço. Vi-me alavancado por olhares atenciosos e exigentes.

Porém, nem tudo são flores, descobri que não sei identificar um tópico frasal, não sei valer-me de elementos de coesão e o que é pior, realizo minha conclusão em torno do que não era a tese (lógico, eu nem sei reconhecer uma). Pode parecer surpreendente, mas não é. Minha opinião não tem valor, quando o que se cobra em concursos são elementos técnicos, resta a mim, adaptar-me a eles. Estou tangenciando o tema, então voltemos à proposta inicial. Estou neste momento tentando retomar meus erros, porém, creio que não sejam assuntos que merecem demasiada ênfase. Escolhas erradas devem ser repensadas, e isso já foi feito nos recônditos da minha psique. O que me resta é tentar não repetir os mesmo erros.

Por fim, caríssimos, gostaria de agradecer a atenção de vocês por esse período de meu ingresso ao submundo virtual dos blogueiros. Agradeço a aceitação. Todavia, se este não foi o texto sublimado de despedidade do semestre, perdão. Foi o que minha inspiração permitiu nesse exato momento. Agora, se me der licença, tenho que cuidar de minha paradoxal tranquilidade a 6000 volts.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Duas vidas

Confesso que entrei em tamanha carência familiar, que preciso valer-me deste meio para reafirmar minhas escolhas. Estou com a garganta em 'carne viva', a febre se adonou de minha vivacidade por alguns dias, e a vontade de estar junto de meus pais, no colo de meus protetores, quase me fez ceder. Entretanto, é preciso resgatar a racionalidade para destruir essa bactéria sentimental que insiste em não me abandonar.

Sempre fui e continuo sendo muito autossuficiente e cheio de minhas certezas. Foi assim quando decidi transferir quase que a totalidade de minha vida para Santa Maria. Se você não entende o porquê, respondo. A fama de que a cidade e, também, a escola pela qual optei têm hegemonia sob as demais é bem sabida por todos. Decidi, portanto, conciliar meus dons particulares com as melhores ferramentas com que poderia me aperfeiçoar.

Não é, absolutamente, desdém para com as bases que me formaram. Aliás, quanto mais o tempo passa, mais tenho coerência em dizer que Cruz Alta e Santíssima Trindade foram os meios mais certeiros dos quais eu poderia ter utilizado nos primeiros anos de minha existência. A cidade é, ainda para mim, melhor que Santa Maria. E estou ciente de que esta afirmação gerará maioria de discordância, mas também peço espaço, para que tudo seja devidamente explicado.

Formei laços em Cruz Alta, tão fortes e importantes para mim, que nunca serei capaz de abandoná-los. Sempre estarão em todos os meus pensamentos e em minhas aspirações. A significância que esse berço adquiriu é, portanto, intransponível. Estou dando tempo, e espaço, para que Santa Maria, e as pessoas que me cercam nela, possam, também, ocupar um lugar de relevância nas minhas afinidades ( o que, finalmente, começa a entrar em estado progressivo).

Acostumei-me. Satisfiz-me. Digo sempre que gostaria de ter Cruz Alta com um núcleo santamariense. Impossível, obviamente. Sigo conciliando duas vidas, dois amores, duas razões. Estou certo de que fiz a opção correta. E tudo bem que já se passou quase um ano e meio desde minha saída de casa, mas a carência de um garoto febril, será a mesma, até que eu tenha 120 anos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Resposta !

A chuva cai lá fora. Em cada canto da casa tem uma pessoa num computador, conectadas, jogando, falando bobagem, e dando risada depois de ter devorado uma pizza inteira. Esse foi o destino da minha sexta-feira, véspera de uma prova de física, que já de antemão, sabemos que terá vinte e duas questões de cálculo. Estudei muito pouco e decidi, portanto, trocar a rotina de tradicionais nêuras e preocupações, por boas risadas numa reunião com meus amigos na casa de um deles. Estou curtindo, e nesse exato momento em que os outros três jogam CS, eu relato-vos a experiência. Foi realmente bom, injetar uma boa dose de bom humor, e ejetar pra bem longe essa tensão que me abate normalmente nesses dias.

Confesso-vos, agora, que o relato acima serviu de pretexto para responder à algumas críticas a este blog. A principal reprimenda que sofri por parte de uma fração, pequena, porém não desprezível de meus leitores, foi com relação ao meu vocabulário extremamente rebuscado, confuso, e "perfeccionista". Segundo eles, a forma de minha escrita mascara meus pensamentos verdadeiros, dissipando,em meio a um labirinto de formalidades, minhas visões e concepções.

Declaro que realmente fiquei mexido com estas críticas, me abstive de escrever por um tempo, com demasiado temor de volver minhas ferramentas arcaicas e mergulhar meus textos na escuridão da incompreensão semântica. Entretanto, caríssimos, voltemos ao texto inaugural desse blog "O início do meu jeito". Nele, declarei que seria, não mais um comum e banal blog, mas sim um meio de extravasar minhas radicalidades e de externar uma parte ainda não conhecida do meu ser. Mudar minha escrita seria ceder às críticas e aderir a um estilo que não é meu. Não seria mais um meio de acalmar-me, mas sim de gerar mais temores internos. Declaro que escrevo assim, encontro nestes meios de expressividade minha identidade.

Consigo, como ficou claro no primeiro parágrafo, me manifestar com total casualidade; mas NÃO É ESSE O MEU INTUITO. Se você curtiu, encontrou prazer nas minhas palavras, e não as caracterizou como empecilho às ideias, ter-las-á como antes, tão assíduas quanto minha inspiração. E você, que não as viu assim, dê-me uma nova chance, ou seu descontento com minhas palavras, é senão, com o próprio Eduardo Librelotto Fernandes, pois o blog é, acima de tudo, DO MEU JEITO!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Um jeito brasileiro

"... E talvez esteja aí um defeito do brasileiro: ser tão amável" Não importando o contexto da aula que lecionava, foi o que meu professor de Filosofia disse-nos na aula de hoje. Confesso que me espantei com a incomensurável série de questionamentos que entraram em erupção em minha psique. Concordaria eu com o argumento do referido professor? Dentre vários 'poréns' digo que não.

Talvez minha conclusão não seja absoluta, afinal é, ao menos para mim, um assunto muito relativo. Gosto absolutamente quando sou recebido em um ambiente estranho, e sinto-me cortejado, cercado, agraciado. Perco a timidez, já que essa é a forma mais clara de externar um mal-estar interno. Aconteceu no último fim de semana, nas chamadas junções, típicas da minha idade. Não conhecia nem um terço das pessoas presentes. Nem sequer a anfitriã. Fui convidado a comparecer à festa imediatamente após um "Oi, muito prazer", na manhã de sábado. E fui recebido como se fizesse parte intimamente daquele círculo de amizade. Senti-me muito bem. O resultado é que devido à polêmica amabilidade dos brasileiro e das pessoas que estavam lá, meu orkut estava completamente cheio de 'novos amigos' no dia seguinte. Talvez isso não queira dizer nada para você, adicionar pessoas no orkut é tão banal hoje em dia. Mas quando adiciona-se alguém, pede-se o msn, conversa-se online, surge uma possibilidade real de se expandir uma relação iniciada, de certa forma, em um dia.

De encontro a isso, porém(sim, mais um para minha lista de contra-argumentações), advém uma questão química, ou física, ou deslocada de qualquer área de conhecimento até hoje já dominada. A questão do contato, do imediato. Da caracterização, após uma simples troca de palavras, como: GOSTEI ou NÃO GOSTEI. Surge um problema, quando não há uma concomitância nas opiniões formadas entre você e outrem. Ocorrem os chamados "chicletes" indesejados, que insistem em forçar uma amizade que nem sequer começou do seu lado. Culpa de quem gostou, ou culpa de quem não gostou? Culpa da amabilidade?

Não sei se toda a nação compartilha da mesmo virtude pela qual prezo, fundamentalmente. A sensatez é o que dita todos os meus atos, principalmente se falando de relacionamentos. Se não gosto de alguém, procuro dar tempo ao tempo, deixar que me "conquiste", se o tempo não foi suficiente, não há volta. Sou amável, sou simpático, apenas aguardo a sensatez dizer-me se o terreno com o qual estou lidando é fértil para tais características. Dessa forma não há culpa, nem culpados.

Não considero, realmente, a amabilidade brasileira como defeito, contanto que guarnecida da sensatez constante. Dessa forma, com certeza absoluta, as relações tornar-se-iam sólidas rapidamente. Combinação originalíssima do nosso país, já que outros constam de sensatez e carecem de amabilidade. Agora, se o Brasil é autossuficiente em sensatez, é questão pra outra ocasião.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tão veloz, minha vida voa...

Imerso em meus devaneios soltos, surge em alto relevo um questionamento acerca da maneira como leva-se a vida. Particularmente, meus devaneios, minha vida. Parti do meio externo para, depois, comparar meus atos.

Corri os olhos ao meu entorno como um radar ultrapotente. O que vi foi o mundo rodando rápido demais. As pessoas não caminhavam, corriam. Não se cumprimentavam, cuspiam murmúrios subentendidos. Seus olhos não reparavam em nada, o máximo era o semáforo. Alguns catadores chegavam a ser atropelados, não eram notados, e quando muito, caracterizados por olhos maldizentes como lixo ou entrave humano. Ante ao labirinto urbano de prédios, nenhum tom natural de verde era visto naquela área. Fiquei pasmado. Onde é que estou vivendo?

A resposta veio no meu próprio andar célere, que deflagrava minha pressa em chegar à aula extra vespertina. Minha carga horária era mais cheia que as ruas trancadas pelo tráfego intenso. Meus pensamentos brincavam livres em meu cônscio apenas em períodos como aquele, de deslocamento. Concluí, decepcionado, que sem nem mesmo pedir permissão, a velocidade dessa máquina terrestre tecnológica e voadora havia me levado com ela, e eu, inerte, aceitei sem ressalvas.

Talvez eu não pudesse mais descer. Não posso entrar em um ritmo tão veloz quanto esse e simplesmente desistir dele. Suicídio. A lei da Inércia me espatifaria em trilhões de pedacinhos. Todavia, não vou me conformar. Não condiz com minha personalidade, da qual tanto me orgulho. Se não posso simplesmente parar, reduzirei meu ritmo, gradualmente, até que esse encontre o meu patamar de exigência. Mudar-me-ei primeiro, depois, o MUNDO!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Afinal, que tipo de altruísmo se quer?

Era uma terça-feira de alguma semana que se passou. Estava eu realmente ansioso para conferir o conteúdo de 'A Liga', novo programa de Rafinha Bastos na Bandeirantes. Seu humor perspicaz e inteligente me convidava à estreia, marcada para as 22h.

Minha sede por risos ia se esvaindo conforme passavam-se das 22h30min e o programa nao começava. Já meio aborrecido, vi a vinheta de abertura recompor-me o entusiasmo que logo no primeiro bloco do programa já fora aturdido novamente. A sagacidade com que o apresentador sobredito usava-se comumente para salpicar protestos às moléstias públicas com doses de humor, no CQC, estava fora do ar.

Insisti em dar confiança ao incipiente programa. O que vi foram denúncias sensacionalistas sobre a mendicância. Atuavam sobre a falta de solidariedade do povo brasileiro e concomitantemente evidenciavam depoimentos contraditórios.

"- Craro, as tia vem dá dinhero pra nóis e nóis pega os cordão delas."
"- Nóis não fica em casa por que o pai bate em nóis, aí a gente vem pra rua pedi dinhero pra compra pedra e fica aqui, é melhor."

Entre dar dinheiro ao pivete e arriscar perder meus tênis, e somando-se a isso ajudá-lo a entrar num caminho sem volta, prefiro manter-me inerte e investir no sonho de que crianças com intuito de ascender futuramente encontram auxílio e apoio na escola, que existe senão para isso.

O programa escolheu uma estreia de impacto. Teve o efeito contrário. E de todas as cenas apelativas escolhidas apenas uma marcou-me.
"- Não culpo "eles" por não me darem dinheiro, mas tenho vergonha por não ser nem olhada na cara, e quando muito, ser olhada com pena." Disse a mulher que foi acompanhada pela equipe do 'A Liga' em um dia de sua vida de mendiga.

E confesso que marcou-me de tal modo que passei a mudar, drasticamente, meu modo de ver os mendigos. Passei a vê-los como seres humanos. Com imagens físicas desfiguradas mas almas inteiras, completas e sedentas de apoio. Não passei a atuar em prol da mudança do mundo. Não teria poderes para isso, e nem saberia usá-los. Todavia, o depoimento daquela mulher, fez-me refletir acerca do que eu fazia em relação a essa pena, esse dó. Entre reflexões interrompidas, comecei a fazer algo que, de algum modo, por menor que fosse, ajudaria a reerguer a moral enterrada desses sobreviventes.
- Opa vizinha, como vai a senhora, tudo bem? - disse entre sorrisos à mendiga que "mora" ao lado da farmácia que atalha meu caminho ao colégio.
- Olá meu jovem, tudo bem, tenha uma ótima manhã. - respondeu a mulher, mostrando, num sorriso atrapalhado, seus dentes mal cuidados.

Se minha "mudança brusca" de atitudes fez mesmo alguma diferença ao dia daquela mulher, não saberei dizer; mas à minha manhã fez. Fiquei realmente satisfeito, mesmo depois do " Tu é louco" que o Marcelo exclamou ao presenciar a cena. Tão satisfeito que ao andar pelas ruas de Cruz Alta, na manhã do meu último domingo, repeti o ato. Dessa vez era um homem, que seria definido pela opinião geral como: assustadoramente mal encarado. Ele fazia com seus dedos um 'paz e amor' esquisito em minha direção. Se os tempos fossem outros, ficaria quieto, recluso no medo de cumprimentar o 'drogadão'; mas ergui a cabeça e exclamei:
- Opa, e aí, como é que está? (transcrito com correções ortográficas)
Não prestei atenção à resposta. Agora refletindo o ato, acho que já estava acostumado a tal feito. E novamente fez-me bem.

Certamente haverá quem diga que minha radical mudança não alterou em nada a quem foi de certa forma afetado por ela. Entretanto, procurei resolver a polêmica interna que se debate em mim da forma mais altruísta que encontrei. Mais do que alimentar com restos e sobras os seres humanos animalizados. Dar a parte mais genuína e renovada de contato vivo, humano, despido de qualquer dó e revestido de um sentimento igualitário de seres humanos que somos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Contrário...

Contrário a tudo que não me deixa plenamente satisfeito, é o que sou. E a verdade é que quase nada me deixa plenamente satisfeito. Não me considero chato. Somente acredito que levar a vida em ritmo de conformação é totalmente nauseante.

Vivo a 220 volts de pura exigência. É só assim que alcançarei meu sucesso. Questão não só de opinião, mas de modo de viver. Se descansado fosse, seria deixado para trás pela vida célere que exijo ter. E os sonhos que, gradualmente estão se concretizando, rapidamente entrariam em calefação.

Cada um leva a vida do jeito que aspira, não merece repreensão a seu estilo próprio. Porém, não dou às pessoas somente aquilo que merecem. Sinto aversão por quem vive estático, conformando-se com o suficiente. Nada é suficiente. O infinito é o limite. Será tão difícil enxergar isso? Você, incrível medíocre, não se mantenha em um estado somente por que ele lhe traz certa segurança aparente. Vá além. Busque o que quer, nem que para isso tenha que correr todos os riscos. Sinta-se livre para querer possuir o melhor, alcançar o máximo, ser o exemplo, o sujeito a ser seguido. Alcançadas suas metas, busque outras. Não se paralize. Você tem muita vida pela frente e se conformar é desistir de viver.

A ambição pode nem sempre ser a aliada mais fiel do homem, mas sem ela, convenhamos, não podemos seguir em frente, estaremos fincados em uma realidade que nem sempre é a que almejamos. É como se a felicidade andasse num ritmo individual, às vezes alcançaremos-la, andaremos a seu lado, mas na maioria dos casos estaremos correndo atrás dela. Então, apresse o passo, ela está bem perto, desocupe suas mãos com as comodidades e estenda o braço pra ancançá-la.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Por quê?

Ouço pessoas gritando lá fora. Encarcerado em meu apartamento no centro da badalada Santa Maria,apenas escuto os ruídos da noite. Mas hoje, particularmente, me refiro a uma situação de algazarra diferente à das baladas noturnas que se acometem preferencialmente na trinca sexta-sábado-domingo. Falo da comemoração por resultados esportivos. Quarta e quinta-feira. Especialmente essa quarta e esta quinta-feira, em que o Rio Grande do Sul viu-se dividido, após um embate gloriosa e merecidamente tingido de azul, foi a vez de Grêmio e Internacional jogarem suas vidas nas competições a que estão vinculados.

Ontem, confesso sem sombra de culpa, que pulei, gritei e, sim, abri a janela e xinguei meus dóceis vizinhos colorados. Vencemos as quartas-de-final. Minha quinta-feira, mesmo regada a uma maratona exaustiva de provas de Biologia, Matemática, Português e Geografia, amanheceu mais serena, sorridente e, sobretudo, azul.

A questão que me traz a estar prostrado em frente a meu notebook, digitando freneticamente esse “post” é a seguinte: Por que esses colorados infelizes estão nas ruas em plena quinta-feira, infringindo a ordem pública para comemorar uma passagem de fase da Copa Libertadores? Respondo de prontidão que é o mesmo motivo pelo qual meu dia amanheceu mais sereno,sorridente e azul. E embora não tenha certeza absoluta acerca da razão por que isso acontece, arrisco em dizer que é a necessidade de o brasileiro, pôr, em alguns momentos de sua vida, a condição de felicidade e alegria atrelados a outras pessoas, equipes ou agremiações. Tira-nos um pouco a responsabilidade de buscar a realização sozinhos, sempre.

Finalmente, deixo-lhes uma confissão. Não escrevi esse “post” com a finalidade exata de formular a teoria expressa nas últimas linhas do parágrafo anterior. Queria, em verdade, é perguntar, sem querer resposta, por que esses colorados f... da p... não me deixam dormir em paz, na serenidade de meus sonhos azuis.

O início, do meu jeito...

Talvez este não fosse o dia mais preciso para começar este blog.Estou em um estado de tensão quase elétrica, ritmado pela exaustiva maratona de provas do colégio. Somando-se ao fato de que até há alguns dias, considerava isso uma ocupação fútil, demasiada desnecessária para uma vida corrida como a minha. Mudei meus conceitos bruscamente. Preciso extravasar minha ira. Descontar, em críticas e desabafos, alguns sentimentos e concepções que resguardo intocados em meu cônscio.

Devo ressaltar, para minha própria tranqüilidade, que este meio não será utilizado como diário virtual, como, em sua concepção inicial, os blogs eram definidos. Usá-lo-ei, no entanto, como ferramenta particular, de modo que se reconheça nele, uma parte de mim. Ou que se conheça a partir dele, um “novo” Eduardo.

Não seguirei uma rotina rígida de postagens. Não me martirizarei com o dever de escrever. Pode parecer incrivelmente absurdo ou careta, mas considero a escrita extremamente prazerosa, desde que se faça a meu tempo.

A partir de hoje, sinta-se à vontade para visitar minha página pessoal. E até que eu me canse ou me arrependa, divirta-se(se isso for possível) com minhas postagens.