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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tão veloz, minha vida voa...

Imerso em meus devaneios soltos, surge em alto relevo um questionamento acerca da maneira como leva-se a vida. Particularmente, meus devaneios, minha vida. Parti do meio externo para, depois, comparar meus atos.

Corri os olhos ao meu entorno como um radar ultrapotente. O que vi foi o mundo rodando rápido demais. As pessoas não caminhavam, corriam. Não se cumprimentavam, cuspiam murmúrios subentendidos. Seus olhos não reparavam em nada, o máximo era o semáforo. Alguns catadores chegavam a ser atropelados, não eram notados, e quando muito, caracterizados por olhos maldizentes como lixo ou entrave humano. Ante ao labirinto urbano de prédios, nenhum tom natural de verde era visto naquela área. Fiquei pasmado. Onde é que estou vivendo?

A resposta veio no meu próprio andar célere, que deflagrava minha pressa em chegar à aula extra vespertina. Minha carga horária era mais cheia que as ruas trancadas pelo tráfego intenso. Meus pensamentos brincavam livres em meu cônscio apenas em períodos como aquele, de deslocamento. Concluí, decepcionado, que sem nem mesmo pedir permissão, a velocidade dessa máquina terrestre tecnológica e voadora havia me levado com ela, e eu, inerte, aceitei sem ressalvas.

Talvez eu não pudesse mais descer. Não posso entrar em um ritmo tão veloz quanto esse e simplesmente desistir dele. Suicídio. A lei da Inércia me espatifaria em trilhões de pedacinhos. Todavia, não vou me conformar. Não condiz com minha personalidade, da qual tanto me orgulho. Se não posso simplesmente parar, reduzirei meu ritmo, gradualmente, até que esse encontre o meu patamar de exigência. Mudar-me-ei primeiro, depois, o MUNDO!

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