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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Um jeito brasileiro

"... E talvez esteja aí um defeito do brasileiro: ser tão amável" Não importando o contexto da aula que lecionava, foi o que meu professor de Filosofia disse-nos na aula de hoje. Confesso que me espantei com a incomensurável série de questionamentos que entraram em erupção em minha psique. Concordaria eu com o argumento do referido professor? Dentre vários 'poréns' digo que não.

Talvez minha conclusão não seja absoluta, afinal é, ao menos para mim, um assunto muito relativo. Gosto absolutamente quando sou recebido em um ambiente estranho, e sinto-me cortejado, cercado, agraciado. Perco a timidez, já que essa é a forma mais clara de externar um mal-estar interno. Aconteceu no último fim de semana, nas chamadas junções, típicas da minha idade. Não conhecia nem um terço das pessoas presentes. Nem sequer a anfitriã. Fui convidado a comparecer à festa imediatamente após um "Oi, muito prazer", na manhã de sábado. E fui recebido como se fizesse parte intimamente daquele círculo de amizade. Senti-me muito bem. O resultado é que devido à polêmica amabilidade dos brasileiro e das pessoas que estavam lá, meu orkut estava completamente cheio de 'novos amigos' no dia seguinte. Talvez isso não queira dizer nada para você, adicionar pessoas no orkut é tão banal hoje em dia. Mas quando adiciona-se alguém, pede-se o msn, conversa-se online, surge uma possibilidade real de se expandir uma relação iniciada, de certa forma, em um dia.

De encontro a isso, porém(sim, mais um para minha lista de contra-argumentações), advém uma questão química, ou física, ou deslocada de qualquer área de conhecimento até hoje já dominada. A questão do contato, do imediato. Da caracterização, após uma simples troca de palavras, como: GOSTEI ou NÃO GOSTEI. Surge um problema, quando não há uma concomitância nas opiniões formadas entre você e outrem. Ocorrem os chamados "chicletes" indesejados, que insistem em forçar uma amizade que nem sequer começou do seu lado. Culpa de quem gostou, ou culpa de quem não gostou? Culpa da amabilidade?

Não sei se toda a nação compartilha da mesmo virtude pela qual prezo, fundamentalmente. A sensatez é o que dita todos os meus atos, principalmente se falando de relacionamentos. Se não gosto de alguém, procuro dar tempo ao tempo, deixar que me "conquiste", se o tempo não foi suficiente, não há volta. Sou amável, sou simpático, apenas aguardo a sensatez dizer-me se o terreno com o qual estou lidando é fértil para tais características. Dessa forma não há culpa, nem culpados.

Não considero, realmente, a amabilidade brasileira como defeito, contanto que guarnecida da sensatez constante. Dessa forma, com certeza absoluta, as relações tornar-se-iam sólidas rapidamente. Combinação originalíssima do nosso país, já que outros constam de sensatez e carecem de amabilidade. Agora, se o Brasil é autossuficiente em sensatez, é questão pra outra ocasião.

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