Total de visualizações de página

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lanterna dos Afogados!

Quando tá escuro e ninguém te ouve
Quando chega a noite e você pode chorar
Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais de porto pra quem precisa chegar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando, vê se não vai demorar

Uma noite longa por uma vida curta
Mas já não me importa basta poder te ajudar
E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando vê se não vai demorar

Uma noite longa por uma vida curta
Mas já não me importa, basta poder te ajudar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando ve se nao vai demorar
(Herbert Viana)


Eu sou mais um, com certeza, dos jovens que se entorpecem de músicas modernas, repletas de sons eletrônicos, em que a letra ou a melodia importam cada vez menos que a batida do som. Mas confesso que por esses dias me vi arrebatado por uma onda retrô. Explico!

Eu estava assistindo TV, jogado no sofá, em uma nítida fotografia viva de férias, e sob um outro olhar: férias tediosas. Mas o acontecimento que me leva a escrever não reside aí. Passou um comercial de CD, uma artista nova, relançando algumas músicas, sob nova interpretação. CONQUISTOU-ME!!! A tal lanterna dos afogados ia e vinha na minha mente, decidi procurar na internet a letra e a música completa.

O que eu encontrei foi uma música nada nova dos Paralamas do Sucesso, com uma letra simples, mas ,sob um olhar atencioso, muito expressiva. E aí, uma série de devaneios cultivados na minha mente vazia, em férias, me pediram para serem aproveitados.

Tudo bem que é só uma música, que não é característica da minha geração, mas ela pode ser uma metonímia da minha juventude, no sentido da minha GERAÇÃO de jovens. Somos instintivos e imediatistas sob o aspecto musical, pessoal, alimentício e - sim - inclusive capilar. Não paramos para ver o que cada tendência, de cada tempo, tinha a dizer, tinha a expressar, e rejeitamos toda e qualquer forma de "retrocesso".

O que deixamos de perceber, da forma mais ingênua possível, é que existem coisas das outras gerações que eram mais bem feitas do que as que são feitas agora e que serviam muito mais para completar os indivíduos que delas faziam parte. Era tudo menos mecânico e, portanto, mais emocional.

Sendo mecânicos, é comum dizermos que não viveríamos sem as inovações que o "nosso" mundo fabricou. E, sinceramente, acho que não conseguiríamos mesmo. Mas isso tem uma razão clara. Assim como robôs não vivem sem seus chips, seres humanos automatizados não vivem sem os computadores, celulares e músicas vazias que os CONTROLAM.

Posso estar sendo realmente hipócrita dizendo tudo isso. Mas acho que é melhor pôr aqui meus devaneios. Afinal, antes de tudo foi um novo jeito de escutar uma música, mas por que não pode ser um novo jeito de ver TUDO? Por que não utilizar tantas marcas para o que eu sou agora?

Um comentário: